Ao longo desta quarta-feira (18/9), diferentes estados do Brasil seguem cobertos por uma fumaça com alta concentração de dióxido de carbono e monóxido de carbono provenientes principalmente de incêndios florestais que assolam o país. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), nas últimas 48 horas o país registrou mais de 4,2 mil focos de fogo em todo o território.
Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estimou que mais de 7 milhões de mortes prematuras que ocorrem por ano sejam por conta da poluição do ar. Segundo dados da organização suíça IQAir, parte do Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso e parte de Tocantins estão em alerta vermelho (não saudável) e até alerta roxo (muito não saudável) por conta da poluição.
Ubirani Barros, chefe da Área Técnica Ambiente, Trabalho e Câncer do Instituto Nacional de Câncer (Inca), alerta para os riscos do ar poluido. “A poluição do ar é classificada como cancerígena. Quando a gente fala em poluição do ar, a gente está falando de vários compostos químicos. A gente tem o principal que é o material particulado, que é essa partícula muito fina que é respirada. A gente está falando de fuligem, de solventes, metais pesados”.
Por conta das fumaças que cobrem parte do país, o risco aumenta. A especialista explica que o risco é constante por conta da poluição tradicional das cidades, especialmente as cidades grandes. Porém, com a chegada das fumaças, a intensidade dos poluentes prejudiciais à saúde se tornam maiores. “Está tudo relacionado. Depende muito do teor da fumaça da poluição. Tem vários elementos químicos que a gente acaba expirando. E isso tem o efeito não só para câncer, (mas) para as outras doenças também”, ressaltou.
A especialista enfatiza os métodos de precaução e proteção pessoal contra as fumaças. Ela indica o fechamento de portas e janelas nos horários de maior teor de fumaça, uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e limpeza dos ambientes. Em contrapartida, a aglomeração em locais fechados pode facilitar a proliferação de infecções entre as pessoas, o que gera uma escolha difícil entre danos da fumaça e doenças bacterianas ou virais.
*Estagiário sob supervisão de Ronayre Nunes
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