
Um total de 19,2% dos moradores de favelas e comunidades urbanas do Brasil vivem, em 2022, em trechos de vias onde apenas motos, bicicletas e pedestres circulavam. O percentual representa 3,1 milhões de pessoas em áreas sem acesso para carros, caminhões, ônibus e veículos de carga. Fora desses territórios, essa condição atinge somente 1,4% da população. Os dados estão no Censo 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgado nesta sexta-feira (5/12).
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O instituto considerou como limitação a largura da via e a existência de fiações que impedem a circulação de veículos. Entre as 20 maiores favelas do país, Rocinha (RJ), Rio das Pedras (RJ) e Paraisópolis (SP) registraram os maiores percentuais de moradores nesse tipo de trecho.
A pesquisa também mostrou que 62,0% dos moradores de favelas vivem em trechos de vias com capacidade de circulação para caminhões, ônibus e veículos de carga, proporção inferior à observada fora dessas áreas, onde é de 93,4%. Já 18,8% residem em vias acessíveis apenas a carros ou vans, contra 5,3% no restante das cidades.
O levantamento apontou ainda diferenças no acesso aos serviços de limpeza. Entre moradores de favelas em trechos de vias com circulação para veículos pesados, 86,6% tinham coleta domiciliar e 11,1% utilizavam caçambas. Fora desses territórios, os percentuais eram de 92,4% e 7,0%.
No Centro-Oeste, 76,8% recebiam coleta domiciliar, 19,1% utilizavam caçambas e 4,1% tinham outro destino para o lixo. Nas demais áreas urbanas da região, esses percentuais foram de 94,6%, 5,0% e 0,4%, respectivamente.
Sobre pavimentação, 21,7% dos moradores de favelas viviam em trechos sem asfalto, o equivalente a 3,5 milhões de pessoas. Nas demais áreas urbanas, o índice foi de 8,2%. As maiores diferenças ocorreram no Distrito Federal, com 47,8% em favelas contra 98,1% fora delas, e Tocantins, em que o número foi de 42,4% contra 92,7%.
Entre grandes centros, Campo Grande teve o menor percentual de pavimentação em favelas com 12,3%. Em valores absolutos, São Paulo registrou 396 mil moradores em trechos sem pavimentação, seguido de Recife (345 mil), Belém (255 mil) e Rio de Janeiro (233 mil).
*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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