Mobilidade

Scooters ajudam brasilienses a equilibrar suas finanças

Conhecidas também como mobiletes, motinhas, lambretas, esses veículos de duas rodas se multiplicam pelo Distrito Federal

Cassius Gomes está na sua quinta
Cassius Gomes está na sua quinta "motinha": "O custo-benefício e a praticidade fazem valer a pena" - (crédito: Ed Alves CB/DA Press)

Com um trânsito cada vez mais congestionado e frequentes aumentos no preço dos combustíveis, moradores de Brasília têm procurado soluções para evitar congestionamentos e diminuir os impactos no bolso. Essa busca fez alguns encontrarem um veículo que tem se destacado no quadradinho: as scooters. Elas se diferenciam das motocicletas, principalmente, por terem rodas com menor diâmetro e câmbio automático. No Brasil, ganharam diversos sinônimos: motoreta, motoneta, motinha, lambreta, entre outros. As variações são diversas, mas uma coisa é certa: conquistam cada vez mais adeptos.

A procura é tanta que algumas revendas do veículo, na capital federal, registraram crescimento de até 15% nas vendas no ano passado. Alex Almeida, 30 anos, administrador de uma loja desses produtos, explica que os principais atrativos são a economia de combustível e a praticidade para dirigi-los. "Scooters são muito procuradas por quem precisa de um veículo econômico para a rotina, como ir ao trabalho, à academia ou a compromissos profissionais", diz.

A praticidade mencionada por Almeida atraiu o auxiliar administrativo João Paulo Martins, 34, que aposentou seu carro. Ele, morador de Valparaíso, conta que enfrentava dificuldades diárias com trânsito pesado e abastecimento caro. Então, decidiu investir em uma scooter modelo 2024. A diferença nos gastos com combustível foi significativa. "Com o automóvel, gastava por semana entre R$ 120 e R$ 130 em gasolina. Na scooter, gasto R$ 35 a R$ 40. Bem econômica", compara.

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Adeus, engarrafamentos

Além da economia, a facilidade que a "motinha" oferece para driblar congestionamentos fisgou muitos moradores da região. A costureira Joselita Carvalho, 58, por exemplo, conseguiu garantir com a que tem a possiblidade de otimizar algo que é muito valioso para ela profissionalmente: tempo. Moradora do Riacho Fundo II, enfrenta diariamente o trânsito pesado, uma realidade que com seu veículo de duas rodas se tornou menos complicada, como conta: "O trânsito está sempre engarrafado, então, para mim, a motinha é mais viável, porque chego mais rápido ao trabalho e volto para casa mais rápido, também".

A vendedora Raylane Ferreira, 30, comercializa essas motonetas e tem acompanhado o aumento na procura. "Um modelo de entrada custa cerca de R$ 14,8 mil, enquanto que a top de linha, R$ 26 mil. São preços acessíveis se comparados aos de carros", ressalta, destacando a economia que oferece.

O administrador Cassius Gomes, 46 anos, morador do Sudoeste, adotou as scooters há 12 anos. "O custo-benefício e a praticidade para o dia a dia fazem valer a pena", afirma. Atualmente, ele, que está na quinta, destaca a poupança como um dos principais atrativos. "Já rodei de 80 a 90 mil quilômetros nas scooters. Se fosse com um carro, teria pago uma fortuna em combustível", aponta. Apesar das vantagens, ele reforça a importância da atenção no trânsito. "Não dá para comprar uma e não ter prudência. Evito fazer corredor para garantir a segurança", ensina.

A preocupação com segurança encontra eco na professora Zuleide Feitosa, 59, do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de Brasília (UnB). "Muitos não mantêm uma postura adequada na via, tentando cortar caminho entre os carros, o que aumenta o risco de colisões, especialmente nos horários de pico", alerta.

Para reduzir acidentes, Zuleide acrescenta a necessidade de que motoristas de automóveis sejam mais respeitosos: "Respeitar os limites de velocidade, ter consciência de que outros veículos compartilham a via e demonstrar gentileza são atitudes essenciais para evitar acidentes com scooters".

 

Carlos Silva
postado em 20/02/2025 06:00
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