
Depois de 30 dias desaparecido, o corpo do servidor do Ministério da Saúde Joselito Costa Malta, de 59 anos, foi encontrado pela polícia na última sexta-feira, em avançado estado de decomposição, numa área rural próxima ao Vale do Amanhecer, em Planaltina. Ele estava desaparecido desde 11 de março e foi morto a golpes de martelo na cabeça pelo pedreiro Elson Teodoro dos Santos, 41, que levou o filho de 17 anos para participar do crime, esconder evidências e se desfazer do corpo da vítima.
De acordo com as equipes da 16ª Delegacia de Polícia (Planaltina), que elucidaram o assassinato, Joselito teria sido morto porque Elson queria o carro dele, um Golf amarelo. O pedreiro prestava serviços ao servidor público havia 12 anos e, desde 2020, pedia para comprar o veículo.
Segundo a investigação, no dia do assassinato, Joselito chamou Elson para um serviço de instalação elétrica. O autor foi até casa da vítima acompanhado do adolescente. No local, teria matado o servidor público com marteladas na cabeça. Depois, ele e o filho teriam levado o corpo até o banheiro, onde colocaram um saco de lixo no rosto da vítima e cobriram o corpo com um pano, limpando a cena do crime em seguida.
"O filho foi ouvido na Delegacia da Criança e do Adolescente e contou que Joselito estava de joelhos quando Elson desferiu as marteladas na cabeça dele. Pelo que a gente percebe, o adolescente não contou toda a verdade, apenas meias-verdades", disse o delegado Richard Valeriano, da 16° DP, que acredita na participação do jovem no crime.
"Arrastaram a vítima para o banheiro, porque a cabeça é uma região muito vascularizada. Então, deve ter saído muito sangue. Para facilitar a limpeza do ambiente, levaram o corpo para o banheiro", completou. Após o crime, o pedreiro descobriu que o carro já havia sido vendido por Joselito e decidiu levar outro veículo do servidor, um Ford Ka.
Pai e filho deixaram o corpo, sem enterrá-lo, em uma área rural que Elson costumava frequentar. De acordo com o delegado, após se desfazer do corpo, os dois voltam à casa do servidor, fizeram comida e consumiram bebidas no local. Ainda segundo o policial, na residência foram roubados o botijão de gás, dois celulares, dois computadores, a carteira da vítima e o carro. Outro veículo, uma GM Blazer, só não foi levado porque estava com problemas mecânicos.
Dias depois, Elson e o menor foram vistos no local por uma vizinha, que os questionou o que eles estavam fazendo na casa. A dupla afirmou que havia comprado um carro de Joselito. "Acreditamos que eles voltaram para tentar roubar mais alguma coisa, ou até mesmo a Blazer, que ainda estava lá", afirmou Valeriano.
Desaparecimento
Após a morte do servidor público, colegas de trabalho começaram a se preocupar quando ele passou a não aparecer em reuniões e a não cumprir tarefas demandas. Eles acionaram a família de Joselito, que registrou um boletim de ocorrência em 13 de março.
Quatro dias depois, policiais foram acionados para uma ocorrência de incêndio em um veículo, identificado como o Ford Ka da vítima. Investigações levaram a PCDF a Elton e o filho dele, que foram vistos no carro. "Testemunhas informaram ter visto Chacal (como era conhecido o pedreiro) e mais uma pessoa, que acreditamos ser o filho dele, rodando com o veículo pela região. Isso nos deu mais convicção de que Joselito havia sido vítima de um crime violento e que, provavelmente, estaria morto", relatou o delegado.
Segundo Valeriano, a prisão temporária de Elson foi deferida pela Justiça. Ele será indiciado por latrocínio, ocultação de cadáver e corrupção de menor. A PCDF avalia se caberá também o crime de fraude processual, uma vez que ele realizou a modificação da cena do crime.
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