
Diante dos graves danos ambientais provocados pelo desabamento do Aterro Sanitário Ouro Verde, em Padre Bernardo (GO), a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) anunciou que irá desviar o leito do Córrego Santa Bárbara; retirar 42 mil metros cúbicos de lixo e esvaziar as três lagoas de chorume do aterro.
A decisão, anunciada nesta segunda-feira (30/06), ocorre após o relatório do corpo técnico da Semad concluir que "se chegou ao limite das ações possíveis no âmbito técnico-operacional por parte dos servidores das instituições diretamente envolvidas". O documento ainda esclarece que "as equipes técnicas atuaram com celeridade, empenho e dentro de suas competências legais desde o início do evento, mas a ausência de resposta efetiva da empresa compromete a continuidade e a efetividade das ações de resposta emergencial", diz o relatório.
A Semad aponta, no documento, para necessidade de se adotar medidas mais rigorosas em face da empresa e para a importância de se aprofundar a articulação interinstitucional de alto nível com outros órgãos de fiscalização, controle e Defesa Civil. Já há técnicos da secretaria trabalhando nos documentos necessários para contratação dos serviços, segundo a pasta.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular?
Em nota, a Secretaria esclarece que a pasta e os demais órgãos — ICMBio, Corpo de Bombeiros, prefeitura de Padre Bernardo e Defesa Civil — que compõem o gabinete de crise, formado após o ocorrido, "darão início aos procedimentos no curto prazo". Questionada quando as intervenções começarão, a assessoria disse que não tem uma data marcada.
Desvio
Em nota, a Secretaria explica que "o episódio mais recente que ilustra a inércia da empresa Ouro Verde ocorreu nesse fim de semana. Os donos do empreendimento haviam garantido, no dia 27 de junho, que fariam o desvio do córrego, bloqueado pelo desabamento da pilha de lixo. No dia 28, representantes dos órgãos envolvidos no gabinete de crise foram ao local e constataram que a proposta apresentada era inviável, porque não levou em conta o aumento do nível da água represada e peculiaridades do relevo".
"A empresa também não tomou providências para a implantação de um barramento depois do ponto do desabamento, para impedir que, em caso de colapso da massa de resíduos, o material seja transportado até o Rio do Sal, evitando a ampliação do desastre. Bem como, o bombeamento de água contaminada para bacias de contenção, o monitoramento de qualidade da água e visita aos moradores da comunidade local, entre outras medidas urgentes".