Operação Testa de Ferro

Quadrilha que aplicou série de golpes na pandemia é condenada a mais de 50 anos

O grupo foi alvo de uma megaoperação desencadeada pela Delegacia de Repressão ao Crime Cibernético (DRCC), intitulada Testa de Ferro, em 2020

Operação ocorreu no período da pandemia -  (crédito: PCDF/Divulgação)
Operação ocorreu no período da pandemia - (crédito: PCDF/Divulgação)

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), por meio do Núcleo de Combate aos Crimes Cibernéticos (NCyber), obteve a condenação de nove integrantes de uma organização criminosa especializada em fraudes bancárias eletrônicas e lavagem de dinheiro. O grupo foi alvo de uma megaoperação desencadeada pela Delegacia de Repressão ao Crime Cibernético (DRCC), intitulada “Testa de Ferro”, em 2020.

O julgamento ocorreu nessa segunda-feira (30/6). Daniel Silva, conhecido como “Romero” e com a função de coordenador operacional da quadrilha, foi condenado a 52 anos, 2 meses e 27 dias de reclusão em regime fechado, além de 153 dias-multa. O juiz da 1ª Vara Criminal e do Tribunal do Júri de Águas Claras acatou os crimes de participação na organização criminosa e furto qualificado mediante fraude e lavagem de dinheiro, com incidência do concurso material.

Eliaquens de Sousa dos Santos, apontado como o líder do esquema, recebeu 56 anos e 11 dias de reclusão em regime fechado, além de 162 dias-multa, por organização criminosa, furtos qualificados e crimes de lavagem de dinheiro. Companheira de Eliaquens, Ana Paula Jarles de Souza também fazia parte do grupo com participação direta nas fraudes e na lavagem dos valores ilícitos. Ela foi condenada a 55 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado, além de 160 dias-multa.

Segundo as investigações, Romero respondia diretamente a Eliaquens de Sousa dos Santos e era responsável por repassar ordens aos gerentes de operações, organizar o fluxo de contas bancárias utilizadas nas fraudes e dividir os lucros do esquema. A investigação revelou ainda que Daniel e o líder da organização recebiam até 70% dos valores desviados nas fraudes cometidas pelo grupo.

Os outros condenados pela participação no grupo criminoso são: Fernando de Souza Pimenta, Juliana Pereira Mateus dos Santos e Jailson dos Santos Mendes, com penas que variam de 8 a 9 anos de prisão em regime fechado; Rogério de Souza Pimenta e Jackson Moreira da Rocha, também condenados por organização criminosa e lavagem, sendo que Jackson cumprirá pena em regime semiaberto, por ter menor participação, e Rogério cumprirá 12 anos de prisão; e Edson Lima Leal, que teve a pena de prisão substituída por penas alternativas, após firmar acordo de colaboração premiada validado pela Justiça.

O magistrado reconheceu a gravidade das ações, que ocorreram durante a crise sanitária e econômica da pandemia, em prejuízo de empresas legítimas. A sentença destacou que os crimes foram premeditados e cometidos com divisão clara de tarefas entre os membros da organização, o que demonstra a estrutura hierárquica do grupo.

Operação Testa de Ferro

De acordo com as investigações do NCyber e da DRCC, o grupo utilizava documentos falsos e engenharia social para acessar contas bancárias de terceiros, especialmente empresas, e realizar saques e transferências indevidas. Parte das fraudes cometidas pela organização criminosa ocorreu durante a pandemia da covid-19.

A quadrilha atuava com uma estrutura hierárquica, com funções bem definidas entre fraudadores, gerentes, recrutadores e laranjas, que eram os titulares de contas bancárias utilizadas para dissimular a origem dos recursos. As fraudes envolviam engenharia social para instalação de softwares, com o objetivo de capturar dados bancários das vítimas.

Com informações do MPDFT

postado em 01/07/2025 19:14
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