
O velório do policial penal Henrique André Venturini reuniu familiares, amigos e colegas da corporação, nesta quinta-feira (16/10). O clima foi de comoção e revolta. Conhecido pelos colegas da Polícia Penal como Venturini, o agente foi assassinado na última segunda-feira (13/10), durante um assalto, no Riacho Fundo II.
O filho mais velho de Henrique, Bruno Venturini, de 24 anos, lembrou com emoção do pai. “Meu pai sempre se destacou por querer ser o melhor em tudo que fazia. Era um ótimo profissional, uma pessoa cordial, educada e generosa. Sempre tratava todos muito bem e tinha um jeito brincalhão, alegre, que contagiava. Ele nunca reclamava de nada, estava sempre disposto a ajudar, a agradar os outros. Vou me lembrar dele como esse ser humano incrível, que não media esforços para fazer o bem”, contou.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular
O amigo pessoal Joías Carvalho, que conhecia Henrique há 12 anos, também prestou homenagem. “Nos conhecemos na igreja. Ele já era policial penal e sempre foi muito dedicado à profissão e à família. Cuidava com muito carinho da esposa, que está afastada do trabalho, e também da sogra, que enfrenta um tratamento de quimioterapia. No dia da tragédia, ele tinha acabado de levá-la para uma sessão de rádio e quimioterapia. Voltou para casa e, por volta das 19h, saiu para fazer algumas corridas como motorista de aplicativo. Infelizmente, foi nessa hora que aconteceu essa fatalidade”, relatou.
Joías destacou ainda o perfil tranquilo e solidário do amigo. “O Henrique era uma pessoa calma, pacífica. Nunca vi ele se exaltar. Sempre disposto a ajudar, tanto a família quanto os irmãos da igreja. Gostava de orientar as crianças, ensinando como se comportar e se proteger em situações de perigo. Ele era esse tipo de pessoa: boa, generosa, e que fazia o bem sem esperar nada em troca. ”Segundo Joías, o crime ocorreu logo na primeira corrida da noite. “A esposa dele, Sheila, me contou que ele tinha saído de casa havia uns 15, 20 minutos quando recebeu a ligação avisando do ocorrido", detalhou.
O caso
Henrique foi encontrado morto dentro de um veículo GM/Onix, na QS 8, próximo à Unidade Básica de Saúde (UBS) 5. O carro havia colidido contra um muro e o corpo apresentava ferimentos de arma de fogo. Segundo as investigações, o policial penal morreu em decorrência de uma hemorragia causada por um tiro que teria sido disparado durante uma tentativa de reação ao assalto.
O Correio apurou que Henrique realizava corridas por aplicativo para complementar a renda, já que a esposa enfrenta problemas de saúde.
Três suspeitos estão envolvidos no crime: João Paulo, maior de idade, e dois adolescentes conhecidos como “Zoerinha” e “Capetinha”. O adulto foi preso e os menores, apreendidos, ainda no dia do crime. A investigação está a cargo da 29ª Delegacia de Polícia (Riacho Fundo I).