
Diante de momentos difíceis uma rede de apoio faz toda a diferença, seja de amigos, familiares, seja de companheiros ou até mesmo de um cachorro. O filme brasileiro “Caramelo”, produzido pela Netflix, já é um sucesso mundial e retrata bem como o laço entre um cão e um ser humano pode dar a força necessária para superar até o maior dos desafios.
Foi pensando na alegria e na esperança que os animais podem proporcionar às pessoas que precisam, que o médico veterinário Vítor Morato decidiu levar sua cadela Gucci, uma São Bernardo de 60kg, até as Unidades de Terapia Intensiva (UTI’s) pediátricas dos hospitais de Brasília durante o mês da criança.
“A gente vê o brilho nos olhos das crianças, vê que é uma cura que vai muito além da medicina tradicional. A gente tem transbordado esse amor, esse afeto que só os animais são capazes de proporcionar”, conta o veterinário.
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O momento de visitação é celebrado não só pelas crianças, mas também pelos pais e responsáveis, que enfrentam dias nos quartos do hospital: “Os pais só agradecem. Tem crianças que não saem da cama há dias e quando veem a Gucci levantam e saem pra fazer carinho. Tem crianças que não estão num bom dia e a presença de um animal ali já traz um alívio e um afeto que são muito importantes”, concluiu Morato.
Para a equipe médica responsável pelos cuidados pediátricos a visita de animais terapêuticos é um diferencial extremamente vantajoso para o tratamento dos pacientes, já que a recuperação também passa pelo emocional das crianças e das famílias.
“A maioria das crianças tem uma interação muito grande com o animal. A gente teve a oportunidade de ver crianças com doenças agudas, com doenças crônicas, internações prolongadas e internações curtas, tem crianças que passam meses aqui e esse é o momento que elas abrem um sorriso”, relata o médico diarista da UTI pediátrica do Hospital Santa Helena Mário Ferreira.
O doutor ainda destacou que o uso de animais terapêuticos nos tratamentos já é realizado em diversos países e que o contato com os animais melhora a qualidade de vida dos pacientes: “O processo terapêutico também envolve a humanização, as criança estão nas enfermarias, ou na UTI, já em uma situação vulnerável. A gente tenta equilibrar isso trazendo para a rotina dessas crianças momentos de descontração e lazer. Isso sem dúvidas influência na resposta delas ao tratamento, o estado de espírito é muito importante”.
Além de Gucci, o veterinário pretende incluir mais animais nas visitas hospitalares, como sua mini pônei, Lua, que já está sendo treinada. “Acredito que até o ano que vem a gente já consiga fazer visitas com a Lua. Por enquanto, estamos só com a Gucci, que já é quase um pônei”, brincou.
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