"BOLA DE FOGO"

Lixo espacial no céu do Brasil será cada vez mais comum, diz cientista

Clarão foi visto no Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia

Clarão iluminou o céu de Brasília na noite de quarta-feira (14/5) trata-se de lixo espacial. -  (crédito: Reprodução/Redes sociais)
Clarão iluminou o céu de Brasília na noite de quarta-feira (14/5) trata-se de lixo espacial. - (crédito: Reprodução/Redes sociais)

O clarão iluminou o céu de Brasília na noite de quarta-feira (14/5) trata-se de lixo espacial. O objeto luminoso também foi visto em Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso e Bahia. Segundo Marcelo De Cicco, cientista planetário, coordenador do projeto brasileiro de pesquisas de meteoro EXOSS, e membro da Sociedade Astronômica Brasileira, eventos como esse serão cada vez mais comuns.

"Com o aumento de lançamentos – impulsionado por empresas como a SpaceX e países emergentes no setor espacial, como a China – eventos como esse tendem a se tornar mais frequentes. Para o Brasil, que frequentemente está no caminho dessas reentradas, investir em monitoramento e conscientização pode ser essencial para lidar com os impactos, sejam eles visuais, científicos ou de segurança", pontuou o especialista.

A Rede Brasileira de Monitoramento de Meteoros (Bramon), afirmou que essa luz pode ser um fragmento do foguete Falcon 9, da SpaceX. Cálculos preliminares fornecem "um grau de certeza elevado quanto à identificação do corpo do Falcon 9 como responsável pelo fenômeno".

"Este estágio de foguete foi lançado em 5 de agosto de 2014, como parte da missão que colocou em órbita o satélite AsiaSat 8, um satélite de comunicações geoestacionário destinado a fornecer serviços de transmissão para a região Ásia-Pacífico. Após cumprir sua missão, o segundo estágio do Falcon 9 permaneceu em órbita como lixo espacial e, com o tempo, sua trajetória foi decaindo até resultar na reentrada atmosférica observada nesta quarta-feira", explicou a Bramon.

De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), lixos espaciais são objetos que se encontram em órbita ao redor da Terra, mas que não desempenham mais nenhuma função útil, como, por exemplo, as diversas partes e dejetos de naves espaciais deixados para trás após o lançamento. 

Relembre

No ano passado, uma família americana exigiu mais de 80.000 dólares (R$ 435 mil) da agência espacial norte-americana, a Nasa, porque um pequeno fragmento de lixo espacial caiu do espaço e atravessou o teto da casa na Flórida.

Em 8 de março do ano passado, um objeto de 700 gramas atingiu a casa de Alejandro Otero em Naples, Flórida, causando um buraco no telhado. Mais tarde, a Nasa confirmou que se tratava de um fragmento de uma plataforma de uma carga de baterias usadas que havia sido descartada da Estação Espacial Internacional como resíduo em 2021.

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postado em 15/05/2025 10:01 / atualizado em 15/05/2025 10:13
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