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Cientistas descobrem "interruptor" molecular que turbina espermatozoides

A descoberta pode remodelar os tratamentos de infertilidade e abrir caminho para anticoncepcionais masculinos seguros e não hormonais

Antes da ejaculação, os espermatozoides repousam em um estado de baixa energia -  (crédito: Reprodução/Freepik)
Antes da ejaculação, os espermatozoides repousam em um estado de baixa energia - (crédito: Reprodução/Freepik)

Cientistas norte-americanos identificaram o “interruptor” molecular que turbina os espermatozoides para a corrida final até o óvulo. A descoberta abre portas para  remodelar os tratamentos de infertilidade e abrir caminho para anticoncepcionais masculinos seguros e não hormonais.

Antes da ejaculação, os espermatozoides repousam em um estado de baixa energia. Depois, à medida que nadam pelo trato reprodutivo feminino, passam por uma série de mudanças que os ajudam a alcançar e fertilizar um óvulo. 

“Muitos tipos de células passam por essa rápida mudança de estados de baixa para alta energia, e os espermatozoides são uma maneira ideal de estudar essa reprogramação metabólica”, disse a pesquisadora Melanie Balbach.

Os pesquisadores criaram uma técnica que lhes permitiu rastrear o metabolismo da glicose, que os espermatozoides absorvem do ambiente e usam como uma espécie de combustível. Ao rastrear a jornada química da glicose dentro do esperma, eles observaram diferenças importantes entre espécimes dormentes e ativos.

Os cientistas observaram uma enzima específica chamada aldolase, que ajuda os espermatozoides a converter glicose em energia. Os experimentos também revelaram como algumas enzimas regulam o fluxo de glicose como controladores de tráfego.

A equipe de pesquisa da Universidade Estadual de Michigan planeja continuar estudando como os espermatozoides utilizam uma variedade de fontes de combustível, como glicose e frutose, para atender às necessidades energéticas. 

“Atualmente, cerca de 50% de todas as gestações não são planejadas, e isso daria aos homens mais opções e autonomia em relação à sua fertilidade. Da mesma forma, cria liberdade para quem usa métodos contraceptivos femininos, que são baseados em hormônios e altamente propensos a efeitos colaterais", citou Melanie Balbach.

A pesquisa foi publicada no Proceedings of the National Academy of Science.

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postado em 10/10/2025 14:44 / atualizado em 10/10/2025 14:53
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