
A Companhia de dança Have Dreams estreia, no dia 27 de abril,o espetáculo de dança A Capital: Vivências Candangas no auditório da ADUnB. A performance conta, de forma detalhada, como era a vida dos que construíram a capital federal, as condições de trabalho e a vida precária na época.
A dança que gerou a ideia do espetáculo foi uma coreografia de apenas cinco minutos que ganhou o prêmio Hip-Hop district, o mais importante da América Latina. Desse pequeno trecho nasceu outra coreografia de 30 minutos, que por fim resultou no espetáculo de aproximadamente uma hora. Com mais de 30 dançarinos, trilha sonora produzida pela própria companhia e relatos de pesquisadores e famílias envolvidas na construção da cidade, a obra é um projeto financiado pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) do Distrito Federal.
Em entrevista ao Correio, Luísa Carvalho, 25 anos, diretora-geral explica: “Eu dou muita importância ao projeto, por saber que é um lugar que a gente tá abrindo espaço para dar voz a vozes não ouvidas. Escutar algumas falas e relatos de pessoas que viveram a época da construção de Brasília torna tudo mais importante”.
A apresentação também conta episódios que refletem sobre o reconhecimento da importância dos candangos para a construção da cidade, a extinção da Vila Amaury, inundada para a construção do Lago Paranoá, e o massacre Pacheco Fernandes, revolta de trabalhadores que resultou em morte no carnaval de 1959. O espetáculo lembra ainda que os trabalhadores ergueram Brasília em cerca de 1000 dias para cumprir a promessa de Juscelino Kubistchek, mas acabaram confinados nas periferias da cidade.
A Capital: Vivências Candangas será exibido na Universidade de Brasília e tem classificação indicativa de 12 anos. Devido ao esgotamento dos ingressos da estreia, o espetáculo terá duas sessões extras no dia 3 de maio (sábado), às 18h e às 20h, também no teatro da ADUnB. Os ingressos custarão a partir de R$20,00 a meia-entrada e podem ser adquiridos pelo sita do Sympla.