
O álbum Cowboy Carter, lançado por Beyoncé em 2024, continua gerando debates intensos na cena musical. A incursão da artista no universo country foi recebida com entusiasmo por boa parte do público e da crítica, mas também encontrou resistência entre nomes da nova geração do gênero.
O cantor norte-americano Gavin Adcock, de 26 anos, recentemente criticou publicamente a presença do disco nas paradas dedicadas à música country.
Durante uma transmissão ao vivo, Adcock fez declarações polêmicas sobre o trabalho da artista.
“Essa porcaria não é música country, nunca foi e nunca será”, disparou o músico ao comentar os rankings de álbuns no Apple Music Charts. Segundo ele, Cowboy Carter não representa os valores ou o som tradicional do gênero, e sua popularidade seria resultado da fama de Beyoncé, não da autenticidade musical.
A crítica não parou por aí. Adcock reforçou sua opinião em uma postagem nas redes sociais, na qual esclareceu que, apesar de ter respeito pela trajetória da cantora, acredita que o álbum não deveria concorrer no mesmo espaço que artistas dedicados exclusivamente à música country. “Eu cresci ouvindo Beyoncé. Ela é talentosa e icônica, mas esse disco não tem a essência do country. Quem vive esse estilo de vida não deveria ter que disputar espaço com esse tipo de trabalho só porque ela é uma superstar”, escreveu.
Beyoncé afirma que rejeição motivou sua imersão no country
Essa não é a primeira vez que Cowboy Carter é alvo de críticas relacionadas à sua categorização. A própria Beyoncé já havia revelado que o álbum foi inspirado em uma experiência de exclusão que enfrentou anos atrás, quando tentou se inserir no cenário country. “Foi muito claro que eu não era bem-vinda”, declarou em entrevista ao The Hollywood Reporter em 2024. “Mas, em vez de recuar, decidi estudar profundamente a história do gênero e criar algo com base no nosso legado musical.”
A cantora também mencionou os obstáculos enfrentados por artistas negros no cenário country, especialmente mulheres. “A indústria ainda não está preparada para ver gêneros misturados por artistas negros. Há resistência, e isso se intensifica quando a artista é uma mulher.”
Apesar das controvérsias, os números falam por si. Cowboy Carter liderou as paradas em mais de 15 países, incluindo os Estados Unidos, onde vendeu mais de 400 mil cópias na primeira semana. O álbum ultrapassou 1 milhão de unidades no total e foi certificado com ouro em seis países e platina em três — entre eles, o Brasil. Além disso, conquistou o Grammy de Álbum do Ano e foi amplamente elogiado pela crítica especializada.
Mesmo com vozes dissonantes como a de Adcock, Beyoncé segue consolidando sua presença no gênero, abrindo espaço para novas discussões sobre identidade, tradição e evolução na música country.