
A segunda edição do Concurso Nacional Unificado (CNU), que será realizado neste ano, ofertará 3.352 vagas distribuídas entre 35 órgãos federais, de acordo com a ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI), Esther Dweck. Os salários iniciais variam de R$ 7 mil a R$ 16 mil.
Ao todo, 2.180 vagas serão de contratação imediata e as demais 1.172, destinadas ao cadastro reserva. Das oportunidades imediatas, a ministra informou que 1.672 serão ofertadas aos candidatos de nível superior e 508, aos de nível médio. E, para as colocações para o cadastro reserva, a oportunidade será apenas aos concurseiros com nível superior.
O CNU deste ano oferecerá nove blocos temáticos. No ano passado, a primeira edição do chamado "Enem dos Concursos" ofertou 6,6 mil vagas para 21 órgãos da administração federal e as provas foram divididas em oito blocos temáticos.
A banca organizadora do certame deste ano ainda não foi definida, mas a escolha deve ocorrer até meados de junho, de acordo com o MGI. A ministra informou que o Termo de Referência (TR) foi enviado, ontem, para as bancas que cumprem pré-requisitos para a contratação.
No CNU de 2024, a organização ficou por conta da Fundação Cesgranrio. Questionada sobre se a instituição seria escolhida novamente, a ministra disse fazer "uma espécie de concorrência para escolher a melhor banca para organizar o concurso", explicou. Segundo ela, a previsão é de que o edital de abertura seja publicado em julho.
Data das provas
Assim como no ano passado, o processo seletivo do CNU será realizado por meio de duas provas. Os testes objetivos estão previstos para serem realizados no dia 5 de outubro, enquanto os discursivos, em 7 de dezembro. Os exames ocorrerão em cerca de 228 municípios em todo o país e haverá cota para as minorias.
"Vinte por cento das vagas serão reservadas a pessoas negras, 5% para pessoas com deficiências e 75% destinadas à ampla concorrência", detalhou Dweck. Ela negou a possibilidade de haver vagas reservadas para indígenas. "Não haverá cotas para indígenas neste concurso, porque as cotas para indígenas são exclusivamente para Funai (Fundação Nacional dos Povos Indígenas) e não haverá seleção para a Funai nesta versão do CNU", explicou a titular do MGI.
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Em relação ao estilo das provas da segunda edição do CNU, a ministra deu pistas se elas seriam parecidas com as do ano passado. "No quesito de lógica do concurso, ele deve seguir uma parecida com o da primeira edição, sim", indicou a ministra. Dweck também mencionou o caderno da Escola Nacional de Administração Pública (Enap) sobre matriz de competências transversais como uma possível indicação para a prova de conhecimentos gerais, que será mantida. " Isso também tem uma uma indicação importante aí para quem está se preparando (estudando para o CNU)", acrescentou.
Para aumentar a segurança e substituir o método "com bolinha e sem bolinha" da primeira edição, Esther Dweck anunciou que, nas provas do CNU deste ano, será utilizado um código de barras em todas as páginas do caderno de respostas, permitindo a identificação da prova por máquina sem que os corretores (da prova discursiva) reconheçam o candidato.
Carreiras transversais
Os principais cargos e vagas imediatas para nível superior são para analista técnico de desenvolvimento socioeconômico (250 vagas) e analista técnico de defesa e justiça (250), além de cargos nos ministérios das Cidades (15), do Desenvolvimento Agrário (64), do Turismo (8), da Integração e Desenvolvimento Regional (10), da Fazenda (30) e da Pesca e Aquicultura (33).
As funções de analistas de desenvolvimento e justiça serão encaradas como de carreira transversal. Nesse modelo, os profissionais não ficam vinculados a um único órgão e podem ser distribuídos por diferentes partes da administração federal.
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Essa lógica, na avaliação do economista Murilo Viana, dialoga com o debate sobre a rigidez na estrutura de cargos no serviço público. Para ele, as carreiras transversais representam uma possível solução para o problema do engessamento e da falta de flexibilidade na alocação de servidores. "As carreiras transversais podem permitir que o servidor seja melhor utilizado dentro das necessidades do estado que são cada vez mais mutáveis devido à realidade tecnológica e à transição demográfica", disse.
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