Fraude no INSS

INSS: presidente da Conafer elaborou o próprio acordo de confidencialidade de salário

A entidade é uma das principais suspeitas na fraude do INSS e começou a ser investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal em 2020. Na época, a polícia chegou a pedir a quebra de sigilo bancário do presidente da entidade.

A informação foi dada pela Polícia Federal que ainda afirmou que, cinco anos antes do escândalo das fraudes no INSS ser noticiada em público, a Conafer já era investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes.
 -  (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)
A informação foi dada pela Polícia Federal que ainda afirmou que, cinco anos antes do escândalo das fraudes no INSS ser noticiada em público, a Conafer já era investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes. - (crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil)

Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Confederação Nacional de Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), uma das principais entidades suspeitas de fazer descontos indevidos em aposentadorias e pensionistas do INSS, chegou assinar um termo de confidencialidade com ele próprio para não revelar quanto recebe de salário da entidade.

A informação foi dada pela Polícia Federal que ainda afirmou que, cinco anos antes do escândalo das fraudes no INSS ser noticiado, a Conafer já era investigada pela Polícia Civil do Distrito Federal, por meio da Coordenação de Repressão aos Crimes Contra o Consumidor, a Propriedade Imaterial e a Fraudes.

A entidade foi a que mais aumentou o número de descontos dos aposentados e pensionistas entre os anos de 2019 e 2024, passando de R$ 400 mil por ano, em 2019, para R$ 57 milhões em 2020, e, R$ 202 milhões em 2023, de acordo com dados da Controladoria-Geral da União (CGU).

Carlos Roberto Ferreira Lopes foi chamado para prestar depoimento à PCDF em março de 2021, durante um inquérito que, na época, investigava descontos indevidos feitos pela confederação.

Durante os questionamento sobre o valor que recebia, o presidente da entidade disse que "no estatuto da Conafer existe uma cláusula de confiabilidade”  motivo pelo qual o desejava manter o valor do seu salário sob sigilo".

Com a data de 9 de dezembro de 2020, o termo foi assinado por Carlos Roberto Ferreira Lopes na condição de "contratado" pela Conafer representada por ele mesmo. A situação descrita como "absurda" por uma autoridade que analisou o caso.

Cerca de um mês depois, em janeiro de 2021, a Polícia Civil do Distrito Federal pediu à 8ª Vara Criminal a quebra do sigilo bancário do presidente da entidade juntamente com outras pessoas ligadas à entidade

Na solicitação, a polícia chegou a apontar que o presidente da confederação e a esposa dele tinham virado administradores de uma empresa, a Agropecuária e Mineração Lagoa Alta, em Uberaba, Minas Gerais, em junho de 2020, período que coincidiu com o aumento das fraudes.

"Entre 2019 e 2020, Carlos Roberto e sua esposa negociaram cinco imóveis, dentre eles uma provável fazenda no valor de R$ 3.177.198,00 em São Félix de Minas/MG. Fato de licitude duvidosa para quem se intitula 'agricultor familiar', conforme consta na qualificação da ata de assembleia de sua recondução ao cargo de presidente da Conafer", alegou a PCDF.

Por Wal Lima
postado em 15/05/2025 23:04
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