Conjuntura

Confiança do consumidor apresenta queda de 0,5% em agosto, indica FGV

Altos níveis de endividamento e inadimplência das famílias contribuem para manutenção de pessimismo, avalia economista

O consumidor brasileiro ficou menos confiante no mês de agosto, indica a pesquisa mensal feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV -  (crédito: Pixabay)
O consumidor brasileiro ficou menos confiante no mês de agosto, indica a pesquisa mensal feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV - (crédito: Pixabay)

Com dificuldades para honrar com as contas de casa e conseguir ter um bom planejamento financeiro, o consumidor brasileiro ficou menos confiante no mês de agosto, como indica a pesquisa mensal feita pelo Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da Fundação Getulio Vargas (FGV). A sondagem mostra que o nível de confiança desse público recuou 0,5% na comparação com o mês anterior, regredindo para 86,2 pontos.

Na média móvel dos últimos três meses, o indicador registrou um leve recuo de 0,1% ante o período imediatamente anterior. Já na comparação com o mesmo mês do ano anterior, em agosto, o índice de confiança apresentou queda de 6,9%, acima do registrado em julho, em relação ao observado em 2024, quando a retração foi de 6,4%.

A economista do FGV/Ibre Anna Carolina Gouveia ressalta que a confiança do consumidor registra oscilações dentro de uma estreita faixa desde o último mês de junho, o que dificulta projeções mais consistentes para os próximos meses, apesar de a tendência ainda ser uma manutenção do indicador em níveis desfavoráveis. “No mês, a queda modesta é a combinação, por um lado, da piora das expectativas para os próximos meses e, por outro, da melhora das avaliações sobre a situação atual”, considera.

Na avaliação das faixas de renda, a especialista destaca que o resultado também é heterogêneo, com queda na confiança dos consumidores de menor e maior poder aquisitivo e alta nas demais. “Destaca-se no mês a terceira e a segunda queda seguidas dos indicadores de situação econômica e financeira futura dos consumidores, respectivamente. Esses resultados sugerem um quadro de cautela e preocupação com o futuro, tendo em vista, principalmente, os altos níveis de endividamento e inadimplência das famílias”, completa Gouveia.

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é calculado a partir de dois indicadores: o Índice de Situação Atual (ISA), que mede a perspectiva do público em relação ao tempo presente, e o Índice de Expectativas (IE), que considera as percepções sobre o futuro.

Na pesquisa deste mês de agosto, o que levou principalmente à queda do ICC foi o resultado do Índice de Expectativas. Enquanto o ISA registrou a segunda alta consecutiva, desta vez de 1,1 ponto, atingindo 84,5 pontos, o IE apresentou queda de 1,3 pontos, recuando para 88,1 pontos. Ao mesmo tempo, a situação financeira futura das famílias caiu 2,6 pontos, para 79,8, o que representa o menor nível desde setembro de 2021.

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postado em 25/08/2025 14:00 / atualizado em 25/08/2025 14:03
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