CB.Agro

"O brasileiro tem que entender que a cachaça é o nosso produto", diz Sérgio Maciel

O presidente da Associação Nacional da Cachaça de Alambique falou, em entrevista ao Correio, sobre a produção de cachaça de alambique e comentou o impacto da crise de metanol em bebidas adulteradas no país

O produtor contou que existe um movimento no setor para o reconhecimento da cachaça de alambique como patrimônio histórico  -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
O produtor contou que existe um movimento no setor para o reconhecimento da cachaça de alambique como patrimônio histórico - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

O presidente da Associação Nacional da Cachaça de Alambique (Anpaq), Sérgio Maciel, falou sobre a produção de cachaça de alambique e o novo selo para garantir autenticidade e origem do produto, além de comentar sobre o impacto da crise de metanol em bebidas adulteradas, nesta sexta-feira (10/10), durante entrevista ao programa CB.Agro — uma parceria do Correio com a TV Brasília.

Em conversa com os jornalistas Carlos Alexandre de Souza e Ana Maria Campos, Maciel, que também é produtor, disse que o selo de autenticidade da bebida destilada já existia antes dele assumir a presidência (dia 1º de janeiro), mas agora ele está tentando modificá-lo para dar uma força maior ao processo. “O selo está sendo elaborado agora de uma forma diferente para aumentar a rastreabilidade, a segurança, e melhorar a qualidade do atendimento dele ao cliente, o consumidor final”, detalhou. 

Sérgio Maciel contou na entrevista que a Anpaq está pleiteando um plano para auxiliar o pequeno produtor, que não tem acesso fácil a recursos, nem à informação. “A organização que a gente está fazendo no setor é justamente para dar para esse produtor mais informação e, às vezes, mais condição dele chegar onde ele está querendo.” 

Expansão

Segundo o produtor, a cidade do Brasil com mais produtores de cachaça de alambique é Salinas (MG), com 24 comerciantes registrados, mas citou outras regiões que têm produtores registrados e que produzem cachaça de qualidade, focados também no turismo do produto. 

“Quando eu entrei (na presidência da Anpaq), entrei justamente pensando em homogeneizar esse trabalho, agregar valor a esse trabalho e descentralizar um pouco o trabalho das associações regionais. Para elas organizarem melhor o setor da cachaça na região delas e a Anpaq funcionar como um agregador dessas informações, para a gente poder trabalhar a nossa estratégia”, afirmou. 

Ainda sobre a expansão da cachaça de alambique, o presidente da associação disse que esteve em um evento no Mané Garrincha, em Brasília, no último mês de julho, com mais de 80 produtores brasileiros. Ele revelou que na ocasião o grupo iniciou um movimento para o reconhecimento da cachaça de alambique como patrimônio histórico. 

“Acredito que quando a gente tiver a cachaça de alambique reconhecida como patrimônio histórico nacional, a gente possa dar início a um trabalho de divulgação do que que é a cachaça de alambique em si”, comentou Maciel, apontando que a cachaça é o terceiro destilado mais consumido no mundo. "O brasileiro tem que entender que a cachaça é o nosso produto", emendou.

Metanol

Perguntado sobre a onda de falsificação de bebidas, principalmente destilados, o presidente da Anpaq negou que a crise do metanol esteja atrapalhando o setor, pois, segundo ele, a cachaça de alambique é a que tem menor probabilidade de ser adulterada. “Existem vários fatores, por exemplo, a menor demanda. Eu tenho muito mais proximidade do meu consumidor final. No máximo vai ter um distribuidor que eu conheço ou que o meu cliente final conhece, que vai distribuir o meu produto. Então, isso diminui muito o interesse do falsificador”, justificou.   

Confira a entrevista na íntegra:

*Estagiário sob a supervisão de Andreia Castro

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CY
postado em 10/10/2025 18:27 / atualizado em 10/10/2025 18:30
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