
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, apresentou nesta segunda-feira (13/10) as cinco prioridades do Brasil para ampliar o financiamento climático aos países em desenvolvimento, durante a Reunião Ministerial Preparatória para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Brasília.
Entre elas estão aumentar fluxos de financiamento concessional, reformar bancos multilaterais, fortalecer capacidades domésticas, promover inovação financeira e aprimorar marcos regulatórios.
A meta de financiamento climático estabelecida para a COP30 é de US$ 1,3 trilhão, destinada a mobilizar recursos públicos e privados para apoiar ações de mitigação, adaptação e transição justa nos países em desenvolvimento.
Coordenador do Círculo de Ministros de Finanças, Haddad explicou que o grupo foi criado para discutir como o financiamento global pode acelerar a transição verde. “Desde abril, conduzimos um processo participativo envolvendo ministérios da Fazenda, bancos multilaterais, sociedade civil, setor privado e organismos internacionais”, disse.
Segundo o titular da Fazenda, mais de 25 consultas formais foram realizadas, com apoio de três grupos consultivos que contribuíram para a elaboração de um relatório com mais de 1,2 mil sugestões de países e instituições.
O ministro destacou que o trabalho do Círculo se apoia em três continuidades fundamentais: a integração entre a presidência brasileira do G20 e a COP30; a convergência entre a agenda internacional e as políticas domésticas; e o compromisso de transformar reflexões conceituais em políticas públicas.
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“O Plano de Transformação Ecológica, lançado na COP28 de Dubai, é a expressão dessa convergência”, afirmou Haddad. “Instrumentos como o mercado de carbono e os títulos sustentáveis colocaram o financiamento climático como parte integral da agenda econômica do Ministério da Fazenda.”
Iniciativas estratégicas
Além do relatório, Fernando Haddad destacou três iniciativas estratégicas que serão levadas à conferência em novembto: o Fundo Florestas Tropicais para Sempre, que propõe um modelo de financiamento baseado em investimento, e não apenas em doações; a Coalizão Aberta para Integração dos Mercados de Carbono, voltada à harmonização dos mercados regulados; e a Supertaxonomia, que busca garantir comparabilidade e integridade entre as taxonomias nacionais.
“Essas iniciativas traduzem, de forma prática, o que o Círculo tem defendido: cooperação, inovação e escala para transformar ambição em resultados concretos”, declarou o ministro.
O relatório final será apresentado nesta semana em Washington, durante os Encontros Anuais do Banco Mundial e do FMI, e depois discutido em São Paulo no início de novembro. O documento será entregue oficialmente ao presidente da COP, em Belém, como contribuição ao chamado “Mapa do Caminho de Baku a Belém”.
Haddad finalizou ressaltando o compromisso do Brasil: “Às vésperas da COP30, levamos a Belém uma mensagem clara: há um caminho comum sendo construído, com ambição e realismo, para que as finanças sirvam à transformação ecológica que o mundo exige”.
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