
New Jersey — A torcida que canta e vibra "por nosso alviverde inteiro" consegue tocar o coração nem sempre de cera do técnico Abel Ferreira na Copa do Mundo de Clubes da Fifa e fazê-lo puxar o freio de mão, a caminho do vestiário, para desacelerar e contemplar o quanto é amado por ela na relação de quatro anos, sete meses e 29 dias com o Palmeiras. Um dos responsáveis por emocionar o português nos Estados Unidos nasceu em São Paulo, mora há 15 anos no Distrito Federal e virou brasiliense de coração.
Gerente de vendas em uma empresa de tecnologia, Cristiano Braghin veio a New Jersey com o filho Gustavo ver a vitória contra o Al Ahly, no MetLife Stadium, seguiu rumo à Flórida para acompanhar o duelo com o Inter Miami, retornou ao Brasil por questões profissionais e está de malas prontas para uma nova viagem de Brasília à Philadelphia, hoje, para o duelo de amanhã contra o Chelsea, no Lincoln Financial Field, pelas quartas de final.
Na vitória por 2 x 0 contra o Al Ahly, aqui em New Jersey, Braghin exibia na arquibancada pertinho do gramado e do acesso ao vestiário uma bandeira do Palmeiras com a imagem de Abel Ferreira beijando o troféu da Libertadores. O lusitano viu na saída do campo e ficou tocado. Perguntou de quem era a homenagem, tirou a camisa e presenteou o torcedor.
"Nós penduramos uma bandeira bem na entrada dos jogadores para o vestiário. Eles passaram e o Abel Ferreira veio logo na sequência, viu a bandeira, apontou perguntando a um assessor dele de quem era, eu abanei a mão, ele viu, tirou a camisa e a jogou. Foi um momento muito especial. Peguei a camisa e ele ficou muito emocionado ao ver a bandeira com a imagem dele nos Estados Unidos. Eu e o meu filho (Gustavo) nos abraçamos e curtimos aquele momento. Foi bem legal, mesmo", conta Braghin em entrevista ao Correio.
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O investimento financeiro recompensado pela camisa tamanho M de Abel aumentou a motivação para voltar ao país anfitrião da Copa do Mundo de Clubes com a missão de empurrar o Palmeiras contra o Chelsea rumo às semifinais contra o Fluminense ou o Al Hilal da Arábia Saudita. "Vai ser um jogo muito duro, muito estudado. Um erro é para matar o jogo. Acredito que o Palmeiras saia com a vitória por 2 x 1. Vamos ver o que sai do outro lado da chave para a gente ver como será nas semifinais", projeta Braghin.
Palmeirense de nascimento, o brasiliense de coração é filho de um casal alviverde. "Desde pequeno eu tenho lembrança usando a camisa. No decorrer dos anos esse amor só foi aumentando. Viajo para ver o time aqui no Brasil, fora, como nessa oportunidade agora, nos Estados Unidos. Consegui um alvará, mas a condição era levar a esposa (Vivian) e estamos indo", diverte-se o marido obediente na nova expedição rumo à América do Norte.
"Viver o Palmeiras é montanha-russa. São altos e baixos. O Palmeiras já teve momentos de tristeza, de muita alegria, e nos últimos anos tem sido fantástico. É o melhor momento que a gente está passando nessa era da terceira academia. Na minha cabeça, se a gente passasse pelas oitavas eu tinha planos de voltar aos EUA. Conciliei com a família, no meu trabalho e estou voltando. Passando, e a gente vai passar, vamos ficar lá até a final", crava.
Braghin mudou-se de São Paulo para Brasília com a intenção de morar três anos na capital. O tempo multiplicou-se por cinco. São 15 anos no Distrito Federal. "Acabei gostando da cidade, fiquei, trabalho em uma empresa de tecnologia e sou gerente de vendas", conta.