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Wolf Kos
No início do ano, sempre definimos metas em busca de solidificar ações, como aquelas alinhadas com as práticas ESG — Ambiental, Social e Governança, que estão entre os compromissos assumidos por empresas em todos os setores em nosso País e no mundo. Ao abordar sobre ESG, trago para o centro minha reflexão sobre algumas medidas que podem ajudar a fortalecer a importância do Social entre a população e o universo corporativo.
Antes, porém, destaco sobre informações que começaram a ganhar força, no segundo semestre do ano passado, e tratam da extinção de programas de Diversidade e Inclusão (D&I) por grandes organizações nos Estados Unidos, o que pode impactar negativamente o Brasil, caso organizações nacionais decidam seguir o mesmo caminho que os norte-americanos.
Entendo que, neste momento, a exclusão de políticas de D&I não deve ser adotada, pois esses conceitos estão integrados ao pilar social, que é exatamente "o ser humano tratando do ser humano", ou seja, o ponto de partida para que o ambiental, que trata da relação que temos com o planeta; e a governança, que trata de nossa relação com as empresas, sejam efetivos.
Assim, assumo a missão de ajudar a mostrar a necessidade de respeito e entendimento de D&I. O Instituto Olga Kos, que presido, tem 18 anos de atuação, trabalha pelo Social (o "S" de ESG) e entende que a extinção de políticas e programas que privilegiam D&I sequer devem ser cogitadas.
Lembro que pensando em como D&I são trabalhadas por empresas e o mercado de trabalho, o Instituto desenvolveu a Escala Cidadã Olga Kos (Ecok), métrica certificada pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) que avalia como o social deve ser conduzido, partindo das variáveis arquitetônica, atitudinal, comunicacional, metodológica e programática. A Ecok tramita na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal, como proposta para atualizar a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) que completará 10 anos em 2025 e é um marco no processo de inclusão social de pessoas com deficiência no país.
Aproveitando, observo como o papel das organizações sociais (Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público — Oscips) são cruciais para a manutenção de compromissos sociais e reforço que devem ser mais e mais participativas para conscientizar e sensibilizar o Poder, mostrando as verdadeiras necessidades e soluções nas áreas em que atuam.
Outro aspecto alinhado ao Social e que merece atenção é que a gestão pública, seja municipal, estadual ou federal, deve assumir um protagonismo e promover mudanças positivas para a sociedade, como redução de desigualdades, promoção dos direitos humanos e luta constante por mais D&I. Nota-se que há muito trabalho a ser realizado nesse sentido.
Em tempo, quero observar que diante de episódios ambientais severos, como as queimadas que acabamos de assistir em Los Angeles, Estados Unidos (EUA); e as constantes enchentes que assolam o Brasil, entre as espécies, a primeira a ser extinta será a humana. É uma previsão pessimista, mas que passa a ter sentido quando acompanho o ritmo alucinante de desastres naturais e suas consequências danosas. Refletindo ainda mais sobre essas questões, este ano será realizada a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém, no Pará, que colocará tudo que se relaciona com o Ambiental no centro dos debates, encontros e palestras. Mas, afinal, qual é a relação dessa pauta com o social e a governança? A resposta é "tudo", uma vez que as três práticas ESG se abraçam.
Em 2025, continuarei trabalhando com muita força pelo social, entre projetos artísticos, esportivos e pesquisas que são desenvolvidos e preparados pelo Instituto Olga Kos, pensando nas mais de 18 milhões de pessoas brasileiras com deficiência e em seus direitos à cidadania, visibilidade e acessibilidade. Sigo atuante pela sequência de projetos que primam pelo social.
Presidente do Instituto Olga Kos, membro do Instituto Brasileiro de ESG e membro do Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável (Conselhão) e membro da Comissão Permanente de Acessibilidade (CPA)*