
Por Jaime Recena, presidente da Abicab - Centenas de milhões de pessoas, no Brasil e no mundo, comemoram hoje o Dia Mundial do Chocolate, apaixonadas por esse produto movido a emoções. Tudo começou quando surgiu a primeira indústria a processar o chocolate, na Europa, no século 18. A partir de então, evoluiu vertiginosamente, não só como alimento, mas, ainda, como demonstrações de carinho, afeto e crenças. Tornou-se para os católicos um símbolo da ressurreição de Cristo na Páscoa. Recuando no tempo, não escapou da visão dos colonizadores das Américas do Sul e Central: o cacau, matéria-prima do chocolate, foi levado para o Velho Mundo. Hoje, movimenta bilhões de dólares, multiplica empregos, tanto nas fábricas quanto no comércio e nas lavouras, formando uma cadeia de importância crescente no Brasil e para a economia global.
As estatísticas da Mordor Intelligence, especialista em pesquisas de mercado, e da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab) apontam que a receita do mercado brasileiro de chocolate em 2024 chegou a US$ 3,4 bilhões e deve atingir, em 2029, US$ 4,2 bilhões. O consumo do produto atinge 88% dos brasileiros. Comparativamente, o chocolate é o alimento mais consumido no Brasil, atingindo a marca de 75% da população e com 35% preferindo-o a qualquer alimento ou bebida. É mais do que justo que o chocolate tenha um dia só dele, comemorado sempre a 7 de julho. A alta produção tornou-o acessível ao grande público, seja em datas especiais ou mesmo num simples gesto de paz, especialmente agora, um período no qual o mundo vive conflitos armados de todas as espécies, altamente preocupantes. Certamente, você já ofereceu chocolate como um toque de harmonia e afeto entre pessoas, não?
O Brasil, importante produtor de cacau, concentra a maior parte da sua produção nos estados da Bahia, Pará e Espírito Santo. Existem, sim, problemas com a cultura do cacau — em termos gerais, as mudanças climáticas vêm afetando a sua produtividade e qualidade no Brasil e na África, especialmente em Gana, o maior produtor mundial. Isso acarreta volatilidade nos preços e afeta a renda dos produtores. A indústria, por seu turno, também afetada, reage. Atenta a toda cadeia produtiva, vem há tempos colaborando com produtores agrícolas e órgãos governamentais, apoiando ações que permitam adotar uma política racional que leve em conta os interesses dos consumidores finais.
Tais ações estimulam medidas voltadas à sustentabilidade ao utilizar a agricultura regenerativa e orgânica e o controle biológico, obtendo solos mais fortes e plantas resistentes à vassoura da bruxa, doença que ataca o cacau, mas que paulatinamente vem sendo dominada. Já somos capazes de produzir cacau ecológico, o que permite fabricar chocolate orgânico de alta qualidade. A indústria, para citar apenas um exemplo, já faz significativo uso da eficiência energética em unidades fabris, com reflexos positivos nos preços ao consumidor.
As pesquisas também indicam que 59% dos brasileiros gostam de chocolate e 36% gostam muito. Nos últimos quatro anos, o consumo das famílias passou de 85% para 93%, em média per capita, resultando em quase quatro quilos, o mais alto da série histórica. Por outro lado, as diretrizes alimentares do Brasil são consideradas as mais inovadoras do mundo: rótulos contendo advertências, seriedade na regulamentação e autorregulamentação sanitária e na publicidade, oferta de alimentos saudáveis nas escolas. São exemplos eloquentes das indústrias de alimentação e, entre elas, a do chocolate. Além do encantamento com o seu sabor, o chocolate faz bem à saúde. Contém antioxidantes, que ajudam a proteger contra doenças crônicas, e flavonoides, úteis para a proteção cardiovascular. É preciso, no entanto, evitar excessos para impedir efeitos negativos. Equilíbrio e cautela nunca são demais…
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No Dia Mundial do Chocolate, a indústria brasileira sente orgulho do trabalho que vem realizando e, com apoio de várias parcerias, garante ao consumidor um doce alimento para alimentar e alegrar o brasileiro. Esse sempre foi e é um forte compromisso da Abicab e de seus associados ao oferecer centenas de produtos de chocolate, produzidos com a segurança das normas alimentares e cercado de cuidados essenciais a fim de proteger milhões de seus consumidores.
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