Fraude do INSS

Em meio a escândalo, Lupi diz que "INSS não é botequim da esquina"

Ministro da Previdência defende atuação do governo, anuncia ter tomado medidas rigorosas e afirma que é preciso aguardar a conclusão das investigações antes de qualquer condenação pública

Lupi é presidente do conselho, que reúne a cúpula do ministério, o INSS e associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais -  (crédito: Fernanda Strickland/CB/DA.Press)
Lupi é presidente do conselho, que reúne a cúpula do ministério, o INSS e associações de aposentados, sindicatos e entidades patronais - (crédito: Fernanda Strickland/CB/DA.Press)

Durante a reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) nesta segunda-feira (28/4), o ministro da Previdência, Carlos Lupi, falou sobre a crise que atinge o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), após a revelação de um esquema de fraudes envolvendo descontos associativos. Em sua fala, Lupi defendeu a grandiosidade da estrutura do órgão e pediu paciência diante da complexidade dos processos internos.

“O INSS não é botequim da esquina. Não dá para fazer em 24 horas, o trabalho precisa ser realizado”, afirmou o ministro, ao destacar o volume de serviços prestados pela instituição. Segundo ele, hoje o INSS conta com cerca de 20 a 21 mil funcionários — metade do efetivo existente há 15 anos — para atender 40,6 milhões de beneficiários e processar 1,4 milhão de novos pedidos mensalmente.

A operação da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU) que investiga as irregularidades apontou um esquema que teria movimentado cerca de R$ 6 bilhões em fraudes nos descontos de taxas associativas. As denúncias recaem sobre entidades conveniadas ao INSS, cujos nomes ainda estão sob apuração.

Lupi reforçou hoje que as associações suspeitas são todas "antigas" e que é preciso aguardar a conclusão das investigações antes de qualquer condenação pública. "As acusações precisam ser comprovadas", frisou.

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Em resposta à crise, o ministro afirmou ter adotado medidas rigorosas, como a demissão do diretor de Benefícios, André Fidelis, a edição de uma nova Instrução Normativa para endurecer as regras dos descontos em folha e a realização de uma auditoria interna.

Mesmo assim, reconheceu a demora nas ações. “É um momento difícil em que você sofre muita pressão”, comentou, relatando ter feito uma "leitura dinâmica" do relatório sobre o caso apenas no último domingo.

postado em 28/04/2025 16:12 / atualizado em 28/04/2025 16:15
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