
Durante reunião da Comissão de Direitos Humanos (CDH) do Senado, nesta quarta-feira (2/7), a senadora Damares Alves (Republicanos-DF) apresentou relatos impactantes colhidos durante missão oficial ao arquipélago do Marajó, no Pará. A diligência, aprovada pela comissão, teve como objetivo apurar denúncias de abuso sexual e tráfico humano envolvendo crianças e adolescentes nos municípios de Breves e Anajás.
Além de senadores, a comitiva contou com a presença de deputados federais e um deputado estadual. O grupo se reuniu com representantes das redes de proteção à infância e às mulheres, além de autoridades locais e familiares das vítimas.
Em Anajás, Damares destacou o caso de Amanda, uma menina de 11 anos que foi sequestrada, torturada e assassinada. O corpo da criança foi encontrado a menos de 150 metros da casa onde morava. Dois suspeitos já foram condenados, mas a senadora questionou a possibilidade de mais pessoas estarem envolvidas no crime e defendeu que o Senado acompanhe o andamento do caso de perto.
Outro caso citado foi o de Elisa, desaparecida aos dois anos de idade. De acordo com a senadora, a investigação passou por três delegados e foi reaberta por determinação do Ministério Público.
A mãe da menina relatou ter sido ameaçada e agredida por supostos traficantes, que chegaram a mostrar uma foto da filha ainda viva e exigiram que ela entregasse outra criança em troca do retorno da menina. A imagem, compartilhada em grupos de moradores, será submetida à perícia.
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“Por que essa menininha está desaparecida? Desapareceu com dois anos de idade. Ela já está chegando aos quatro anos de vida e não se conclui a investigação. Por incrível que pareça, o primeiro delegado encerrou o caso. Já está no terceiro delegado ", criticou Damares.
A senadora reforçou que os relatos colhidos durante a missão indicam falhas graves na atuação do sistema de justiça e segurança pública na região e cobrou providências urgentes para garantir a proteção das crianças marajoaras.
*Estagiária sob a supervisão de Rafaela Gonçalves