
Nomes importantes do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e o líder do PT na Câmara Federal, deputado José Guimarães (PT-CE), defenderam o presidente da Casa Baixa, Hugo Motta (Republicanos-PB), nesta quarta-feira (2/7), de ataques pessoais nas redes sociais.
"O debate, a divergência, a disputa política fazem parte da democracia. Mas nada disso autoriza os ataques pessoais e desqualificados nas redes sociais contra o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta, o que repudio", escreveu Gleisi. "Não é assim que vamos construir as saídas para o Brasil, dentre as quais se destaca a justiça tributária. O respeito às instituições e às pessoas é essencial na política e na vida", continuou a ministra.
A manifestação de Gleisi Hoffmann em defesa a Hugo Motta ocorre após o presidente da Câmara ter sido alvo de críticas nas redes sociais. A ministra de Lula citou a questão da "justiça tributária". Atual bandeira do governo federal, essa pauta também permeou o comunicado do deputado José Guimarães, em defesa ao presidente da Câmara.
"Apesar do revés enfrentado recentemente pelo governo na votação do IOF, isso não pode ser usado como justificativa para ataques pessoais dirigidos ao presidente da Câmara, Hugo Motta. O que devemos continuar priorizando é a disputa de ideias no campo social, engajando a sociedade na compreensão dos esforços que o governo vem realizando para taxar os super-ricos e promover justiça social e tributária", escreveu o parlamentar, em seu perfil no X.
Derrotas
Os acenos a Hugo Motta ocorrem em meio a derrotas sofridas pelo governo no Congresso. A mais recente tratou-se da derrubada do decreto presidencial que previa aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Diante desse revés, o governo — por meio da Advocacia-Geral da União — decidiu recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a decisão do Congresso Nacional.
A reação do legislativo foi imediata. O líder da oposição na Câmara dos Deputados, deputado Zucco (PL-RS), classificou a decisão da AGU como um “grave atentado à democracia” e uma afronta ao Poder Legislativo. Em nota oficial, ele afirmou que o governo tenta “impor pela força do Judiciário aquilo que perdeu no voto”, referindo-se à derrota do Executivo no Congresso.
Bandeiras
Paralelo à derrota no caso do IOF, o governo tenta aprovar o projeto de lei que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil e aumenta tributos aos chamados super-ricos. O marketing do Planalto, inclusive, tem lançado nas redes sociais propagandas que endossam essa bandeira e criticam a atuação do Congresso.