
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou nesta terça-feira (26/8) o atual contexto internacional como um período “histórico e importante”, mas marcado por desafios e crises. Em sua fala, o petista destacou a guerra entre Rússia e Ucrânia e o conflito na Faixa de Gaza como exemplos da fragilidade da ordem mundial e defendeu a necessidade de mudanças profundas na estrutura de governança da Organização das Nações Unidas (ONU).
“Nós estamos vivendo um momento, eu diria, histórico e importante porque é um momento de desafio para nós. Todo mundo sabe o que tem acontecido a nível internacional. Todo mundo tem acompanhado há longo tempo a questão da guerra da Ucrânia e da Rússia, e todo mundo sabe que essa guerra está para chegar no final”, afirmou durante reunião ministerial.
O presidente disse acreditar que tanto Vladimir Putin quanto Volodymyr Zelensky já conhecem os limites do conflito, assim como líderes europeus e até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o líder brasileiro, a questão central que trava o anúncio do fim da guerra é a definição de quem arcará com os custos da reconstrução.
“Na verdade eu acho que a preocupação maior de todos agora é de quem vai ficar com a dívida da guerra. Porque alguém vai ter que tentar ajudar a recuperar a Ucrânia, alguém vai ter que tentar se rearmar outra vez, a União Europeia aprovou 800 bilhões de euros de rearmamento de todos os países da União Europeia, enquanto a gente estaria precisando de dinheiro para acabar com a fome ou para tentar manter as florestas em pé, já que a gente terá a COP30 em Belém”, declarou Lula em referência ao Brasil.
Além da guerra no leste europeu, Lula ressaltou o agravamento da crise humanitária em Gaza. “Depois, nós temos a continuidade do genocídio na Faixa de Gaza, que não para. Todo dia tem uma novidade, todo dia, mais gente morre, todo dia, crianças que estão com fome aparecem na mídia, totalmente esqueléticas, atrás de comida e são assassinadas como se estivessem em guerra”, disse.
O presidente criticou a incapacidade internacional de intervir nos conflitos e cobrou mudanças estruturais na ONU. “E vocês percebem que a fragilidade do mundo é tão grande, que ninguém toma uma atitude. É por isso que nós estamos há muito tempo reivindicando essa questão de mudança na governança da ONU, para que tenha a possibilidade de interferir e parar com genocídio como esses, parar uma guerra, evitar uma guerra, coisa que nós não temos hoje. Vamos continuar brigando para que a governança mundial seja repensada, fortalecida, com a entrada de muitos outros membros”, concluiu.
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