Congresso

CPMI do INSS convoca "Careca do INSS" e Maurício Camisotti

O presidente da comissão, senador Carlos Viana, prometeu transparência e citou que os nomes são peças-chave no esquema. "Queremos dar mais sequência, celeridade à investigação e, principalmente, prestar contas à população brasileira", afirmou

Antônio Carlos Antunes, o
Antônio Carlos Antunes, o "Careca do INSS", é um dos principais envolvidos no esquema de desvio de aposentadorias e pensões - (crédito: Reprodução)

A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS aprovou, nesta terça-feira (26/8), a convocação de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como "careca do INSS", e do empresário do setor da saúde Maurício Camisotti, investigado como um dos beneficiários finais das fraudes envolvendo associações ligadas a aposentados e pensionistas. Ambos são considerados peças-chave no suposto esquema criminoso dentro do órgão e devem ser ouvidos já nas primeiras fases dos trabalhos.

O presidente do colegiado, senador Carlos Viana (Podemos-MG), destacou a importância das oitivas e afirmou que a dupla terá de prestar esclarecimentos de forma individualizada.

“(O careca do INSS) Será alvo também de uma oitiva separada. Nós queremos ouvi-lo separadamente, num dia em que vamos organizar todo o trabalho. Ele é peça fundamental nessa investigação e tem muito a nos dizer”, disse Viana. O homem é apontado como figura central no esquema de desvio de aposentadorias e pensões.

Além das convocações, a CPMI aprovou ainda o chamamento de todos os ex-ministros da Previdência desde 2015, assim como superintendentes do INSS, representantes da Dataprev e servidores técnicos envolvidos em concessões de créditos e descontos suspeitos. “Todos os ministros desde 2015, sem exceção, serão convidados a comparecer. Se não comparecerem, então serão alvo de convocação por parte da CPMI”, reforçou Viana.

O presidente frisou que a condução dos trabalhos terá foco técnico, priorizando agentes públicos e gestores diretamente ligados ao suposto esquema. Segundo ele, a intenção é blindar a comissão de disputas políticas e dar celeridade à apuração.

“A CPMI quer ter os pés no chão. Nós queremos seguir as informações técnicas. Ao longo dos depoimentos é que nós definiremos, claro, quem será ou não chamado, mas não há previsão de que nomes ligados a governos anteriores sejam convidados sem as devidas provas”, afirmou.

Supremo

Viana também anunciou que pretende buscar uma interlocução direta com o Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro André Mendonça foi designado relator dos inquéritos que investigam as fraudes no INSS, e a CPMI quer acesso às informações já coletadas pela Polícia Federal.

“Nós vamos pedir imediatamente uma agenda com o ministro André Mendonça para que todos os inquéritos sejam feitos em colaboração com a CPMI. Queremos dar mais sequência, celeridade à investigação e, principalmente, prestar contas à população brasileira”, declarou o senador.

Os primeiros depoimentos estão previstos para a próxima quinta-feira (28), quando será ouvido um dos advogados responsáveis pelas denúncias iniciais do esquema. “A população brasileira terá acesso a tudo o que aconteceu no INSS. É o nosso compromisso de transparência e de prestação de contas à população”, concluiu Viana.

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Por Wal Lima
postado em 26/08/2025 15:57 / atualizado em 26/08/2025 15:57
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