
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu nesta quarta-feira (17/9) críticas sobre votos de deputados do PT a favor da PEC da Blindagem, que aumenta a proteção de parlamentares em processos criminais. Questionado sobre o tema durante entrevista, Lula respondeu: “Não sou presidente do meu partido, sou presidente da República”. Além disso, afirmou que teria votado contra a matéria, aprovada nesta terça-feira (16/9) pela Câmara dos Deputados.
“Deixe eu lhe falar uma coisa: eu não sou o presidente do meu partido, sou o presidente da República. Eu estou dizendo para você que se eu fosse deputado, eu votaria contra”, respondeu Lula ao ser questionado durante entrevista à rede britânica de televisão BBC.
“Se eu fosse presidente do meu partido, orientaria para votar contra. Aliás, eu votaria para fechar questão e votar contra”, acrescentou.
O texto, aprovado ontem em dois turnos, determina que investigações e prisões de parlamentares precisarão de autorização do Congresso Nacional, aumentando a blindagem dos congressistas. Além disso, também estende o foro privilegiado a presidentes de partidos, mesmo que não ocupem cargo público.
Dissidentes
Apesar de o governo federal ser contra a matéria, e de o PT ter orientado voto contra a matéria, 12 parlamentares da sigla votaram a favor da blindagem no primeiro turno, sob o pretexto de esvaziar as discussões sobre anistia aos condenados por tentativa de golpe de Estado.
Votaram sim: Paulo Guedes (PT-MG), Odair Cunha (PT-MG), Merlong Solano (PT-PI), Leonardo Monteiro (PT-MG), Kiko Celeguim (PT-SP), Jilmar Tatto (PT-SP), Florentino Neto (PT-PI), Flávio Nogueira (PT-PI), Dr. Francisco (PT-PI), Dilvanda Faro (PT-PA), Alfredinho (PT-SP) e Airton Faleiro (PT-PA).
Outros parlamentares de partidos da base governista também votaram a favor da PEC da Blindagem, o que desagradou o Planalto.