Escândalo do INSS

Viana cobra de Mendonça decretação de prisões aprovadas pela CPMI do INSS

Presidente da comissão mista faz apelo ao ministro do STF para que determine a prisão de investigados por desvios na Previdência Social e afirma que o "tempo da paciência acabou"

Ao todo, segundo Viana, são 19 pedidos de prisão baseados em evidências colhidas ao longo dos trabalhos -  (crédito: Agência Senado)
Ao todo, segundo Viana, são 19 pedidos de prisão baseados em evidências colhidas ao longo dos trabalhos - (crédito: Agência Senado)

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, senador Carlos Viana (Podemos-MG), fez na quinta-feira (23/10) um apelo público ao ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), para que decrete as prisões já aprovadas pela comissão. Durante a sessão, Viana afirmou que o grupo concluiu as investigações com provas “documentais, periciais e testemunhais” que comprovam o desvio de recursos da Previdência Social. “Esses homens não vivem sob suspeita, vivem do roubo dos mais pobres”, declarou.

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Em um discurso carregado de tom emocional, o senador disse confiar no equilíbrio e na seriedade do ministro, mas cobrou celeridade. “Ministro André Mendonça, confiamos plenamente em Vossa Excelência. Sabemos da sua seriedade, do seu compromisso com a verdade. Mas o tempo da paciência acabou, ministro. Agora é tempo de ação. Decrete as prisões já aprovadas por essa CPMI”, afirmou. Ao todo, segundo Viana, são 19 pedidos de prisão baseados em evidências colhidas ao longo dos trabalhos.

O parlamentar destacou ainda o esforço da comissão, que acumulou mais de 300 horas de trabalho e dezenas de oitivas. “Esse é um apelo em nome daqueles que não têm voz, em nome dos que pagaram a vida inteira acreditando no Estado e hoje vivem com o mínimo, sendo ainda vítimas da corrupção”, declarou. Nesta sexta-feira, em suas redes sociais, Viana escreveu que “o poder teme a verdade dita diante das câmeras e diante da nação”, reforçando o caráter simbólico do pedido.

O presidente da CPMI também criticou o governo federal, afirmando que houve omissão diante das irregularidades detectadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) em 2024. Segundo ele, os alertas sobre repasses suspeitos foram ignorados pelo então presidente do INSS e por membros do Executivo. “Quem se cala diante de um alerta desse tamanho assume responsabilidade”, disse. “Enquanto o governo discursava em defesa dos pobres, permitia que os pobres fossem explorados.”

Viana mencionou o impacto direto dos desvios sobre aposentados e pensionistas, citando o “seu José” e a “dona Maria” como símbolos das vítimas. “O Brasil viu hoje que há milhares de Josés e donas Marias pagando por um crime que nunca cometeram. Gente simples que confiou no sistema e viu o contracheque virar cilada, o benefício virar engano, o salário virar vergonha”, enfatizou. Para o senador, a CPMI tem o dever de “investigar, responsabilizar e expor com coragem”.

Por fim, o parlamentar reiterou que os pedidos de prisão não são resultado de disputa política, mas de provas concretas. “Não é vingança, é justiça com base em fatos. A CGU fez um trabalho técnico, a Polícia Federal comprovou o rastro do dinheiro e esta CPMI está cumprindo o que a Constituição determina: proteger quem mais precisa.”

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postado em 24/10/2025 15:57
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