
A ministra da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Gleisi Hoffmann, criticou, na tarde desta sexta-feira (24/10), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por, segundo ela, "traírem" o Brasil em meio às negociações do país com os Estados Unidos sobre o tarifaço e a aplicação da Lei Magnitsky contra ministros do governo e do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Primeiro, Eduardo Bolsonaro pediu o tarifaço e as sanções da Magnitsky para atacar o Brasil. Agora é Flávio Bolsonaro que pede a intervenção armada dos EUA em nosso território. Não tem limites a vocação dessa família para trair o Brasil", disparou Gleisi, em seu perfil oficial no X (antigo Twitter).
O comentário da ministra da SRI ocorreu após o senador Flávio, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), sugerir que tropas norte-americanas jogassem bombas na Baía de Guanabara, no Rio de Janeiro, para combater o tráfico de drogas.
A ideia do parlamentar foi sugerida ontem (23), após o secretário da Defesa do governo de Donald Trump, Pete Hegseth, ter publicado no X um vídeo que mostra o bombardeio a uma embarcação no Oceano Pacífico. Conforme a postagem, o barco continha três terroristas que operavam o tráfico internacional de drogas. "Esses ataques continuarão, dia após dia. Não se trata apenas de traficantes — são narcoterroristas trazendo morte e destruição às nossas cidades”, escreveu Hegseth.
Representação por ataque à soberania
Líder do PT na Câmara Federal, o deputado federal Lindbergh Farias (PT-RJ) protocolou, também hoje, uma representação criminal no STF contra Flávio Bolsonaro.
Na representação, Lindbergh requer a abertura de inquérito para apurar os crimes de atentado à soberania nacional (art. 359-I do Código Penal) e crime militar praticado por civil de tentativa contra a soberania (arts. 9º, I, e 142, I, do Código Penal Militar).
Reunião com Trump
Tanto as críticas quanto os pedidos para que os Estados Unidos lancem bombas contra o Brasil ocorrem em meio a uma possível reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o líder da Casa Branca, Donald Trump, na Malásia, durante as reuniões da cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) e para o encontro de líderes do Leste Asiático (EAS).
“Eu tenho todo o interesse em ter essa reunião (com Trump), toda a disposição de defender os interesses do Brasil, mostrar que houve equívoco nas taxações ao Brasil. E quero provar isso com números. E quero discutir a punição que foi dada a ministros da Suprema Corte do Brasil, [algo que] não tem nenhuma explicação, nenhum entendimento”, afirmou o presidente, na madrugada desta sexta.
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