Revista do Correio

5 estratégias para tratar o excesso de pele após emagrecer

Veja como alguns cuidados podem recuperar o tônus muscular e reduzir a flacidez visível

Cuidados potencializam a recuperação estética após emagrecimento (Imagem: MAYA LAB | Shutterstock) -  (crédito: EdiCase)
Cuidados potencializam a recuperação estética após emagrecimento (Imagem: MAYA LAB | Shutterstock) - (crédito: EdiCase)

Emagrecer é uma vitória que vai além da balança: é saúde conquistada, disciplina exercitada e uma transformação que reflete esforço e determinação. Mas nem sempre o corpo acompanha o ideal que a mente projetou. Após perder peso, muitas pessoas se deparam com flacidez, excesso de pele ou desproporções inesperadas — pequenos desafios que podem mexer com a autoestima e mostrar que a jornada de transformação não termina com o emagrecimento.

“É nesse ponto que o acompanhamento médico se torna ainda mais importante. O trabalho não se limita a prescrever medicamentos, mas envolve estratégias nutrológicas para preservar massa magra, prevenir deficiências e melhorar a qualidade da pele […]”, explica a nutróloga Dra. Marcella Garcez, diretora e professora da Associação Brasileira de Nutrologia.

A seguir, confira algumas estratégias para tratar o excesso de pele após emagrecer!

1. Alimentação rica em proteínas e micronutrientes

A qualidade da pele e a capacidade de regeneração do tecido estão diretamente ligadas à alimentação. Nutrientes específicos podem potencializar a cicatrização, a síntese de colágeno e a manutenção da elasticidade. Nesse sentido, a Dra. Marcella Garcez explica que “estratégias dietéticas como adequado aporte proteico (1,2 a 2 g/kg de peso), fracionamento das refeições e inclusão de fontes de proteína de alta qualidade (carnes magras, ovos, laticínios e suplementação quando necessário) são fundamentais”.

Ela ainda ressalta a importância dos micronutrientes essenciais. “Além disso, é preciso corrigir deficiências comuns após dietas restritivas ou cirurgia bariátrica. Vitaminas C, A, E e complexo B, minerais, como zinco, selênio, cobre e silício, e ácidos graxos essenciais (ômega 3) têm papel crucial na síntese de colágeno, na cicatrização e na elasticidade da pele. Suplementos de colágeno hidrolisado associados à vitamina C podem ser indicados, embora o ganho estético dependa também do estímulo mecânico, como o treino de força”, explica.

2. Exercícios de fortalecimento muscular

Além do manejo na dieta, a Dra. Marcella Garcez explica que é importante a realização de atividade física, especialmente treinos de força. “A musculação é decisiva para remodelar a composição corporal, recuperar tônus muscular e reduzir a flacidez visível. O treino de força funciona como um aliado estético e metabólico, pois aumenta massa magra, melhora a taxa metabólica basal e dá ao corpo contornos mais firmes, mesmo quando há excesso de pele”, orienta. Exercícios de força também ajudam na saúde óssea e na prevenção da sarcopenia, um risco comum após emagrecimento rápido.

Mulher em uma cozinha bebendo água em copo de vidro
O consumo de água ajuda a manter a elasticidade da pele (Imagem: Stock-Asso | Shutterstock)

3. Cuide da hidratação

Outro pilar importante, conforme a Dra. Marcella Garcez, é a hidratação adequada, pois a pele desidratada tende a perder elasticidade. O consumo de água deve ser individualizado, mas, em média, 30 a 35 ml por quilo de peso corporal é uma referência segura.

4. Cirurgia plástica e tratamentos estéticos

Segundo a Dra. Marcella Garcez, em casos de perda de peso muito acentuada, a alimentação e a atividade física podem não resolver o problema do excesso de pele. “Nessas situações, a integração com a cirurgia plástica e tratamentos estéticos é um passo complementar no caminho para a autoestima”, indica a profissional.

Segundo o cirurgião plástico Dr. Carlos Manfrim, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), a cirurgia plástica é ainda um dos caminhos para mulheres valorizarem a própria conquista. “Mulheres que eliminaram 20, 30 ou até 80 kg muitas vezes se veem diante de um corpo que apresenta flacidez, tem excesso de pele, e não representa a força da conquista. Para elas, a estética funciona como parte do processo de recuperação da autoestima”, explica.

5. Tipos de procedimentos cirúrgicos

O termo Ozempic Makeover vem ganhando popularidade ao redor do mundo para descrever um fenômeno recente na medicina estética: o conjunto de procedimentos cirúrgicos realizados por pacientes que, após a perda expressiva de peso com o uso da semaglutida (medicamento comercializado com nomes como Ozempic e Wegovy), buscam recuperar harmonia corporal e facial.

“Ele é similar ao Mommy Makeover, um conjunto de procedimentos feitos após a gestação, e pode incluir técnicas tanto faciais quanto corporais, adaptadas às necessidades de cada paciente”, completa o cirurgião plástico Dr. Romero Almeida, diretor da Clínica Moderna Sculpt e membro titular da SBCP.

Além das tradicionais cirurgias de lipoaspiração e abdominoplastia, o lifting de braços e coxas (braquioplastia e cruroplastia) também entra como parte do esquema para tratar a flacidez intensa em regiões específicas. “Não só a lipoaspiração, como também o body lifting associado a tecnologias, todas as técnicas têm feito muito sucesso nesse caminho de fazer as pazes com a própria imagem — após a perda de peso”, diz a Dra. Heloise Manfrim, cirurgiã plástica membro titular da SBCP.

Ainda assim, o médico nutrólogo deve continuar a ser consultado. “A Nutrologia continua desempenhando um papel fundamental para garantir uma recuperação rápida, segura e com melhores resultados estéticos. O ajuste da dieta é essencial para otimizar a cicatrização, reduzir processos inflamatórios e preservar a massa magra durante o período de menor mobilidade […]. Dessa forma, o cuidado não termina na sala de cirurgia: a nutrição adequada é um pilar para consolidar os resultados e devolver ao paciente não apenas a forma desejada, mas também saúde e vitalidade”, finaliza a Dra. Marcella Garcez.

Por Paula Amoroso

PE
postado em 26/08/2025 17:01
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