Turismo

Casas históricas mineiras viram refúgio de luxo no sul da Bahia

No sul da Bahia, o UXUA Maré reergue casas históricas mineiras e integra design, natureza e cultura local em uma hospitalidade com alma.

Casas históricas mineiras viram refúgio de luxo no sul da Bahia -  (crédito: Uai Turismo)
Casas históricas mineiras viram refúgio de luxo no sul da Bahia - (crédito: Uai Turismo)
Casas históricas mineiras viram refúgio de luxo no sul da Bahia (O "antes e depois" da Casa Amarela mostra o cuidado com a preservação e a manutenção do uso dos novos hóspedes (Foto: divulgação UXUÁ))

O Brasil ainda precisa aprender a cuidar de seu patrimônio, é um fato. Nossas edificações são lembradas e cuidadas quando foram cenários de pessoas ou fatos importantes do passado. Mas aquelas que “simplesmente” eram cenários do modo de vida de brasileiros e brasileiros comuns, acabam virando entulho. Percebendo isso e dispostos a investir na cultura e resgate de vários “Brasis” possíveis, Wilbert Das, ex-diretor criativo da Diesel, e Bob Shevlin, ex-marketing da marca italiana vem reescrevendo ao longo de mais de 15 anos a história do turismo e da cultura do sul da Bahia. Mais especificamente em Trancoso.

Com o objetivo de investir na cidade em um empreendimento hoteleiro alinhado a práticas sustentáveis e valorização da cultura local, a dupla mergulhou fundo na história das pessoas de Trancoso. E por lá, descobriram verdadeiros artistas, que hoje, além de fazerem parte da decoração das casas do UXUA, têm suas pecas à venda em grandes casas de decoração Brasil afora.

Nasce o UXUA Maré: restauração e regeneração no sul da Bahia

 E recentemente, nasce o UXUA Maré. Um projeto que combina restauração de casas históricas com a regeneração da Mata Atlântica na Praia de Itapororoca, unindo desenho contemporâneo, memória cultural e conservação ambiental. Mais do que um novo capítulo na hospitalidade, trata?se de um exercício de pertencimento, no qual a natureza dita o ritmo e a comunidade é protagonista. “Foi o projeto mais gratificante do qual participei”, sintetiza Wilbert Das, ao relembrar o processo que transformou estruturas antes abandonadas no interior de Minas Gerais em lugares vivos, cheios de significado e cuidado.

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Atualmente, o hotel conta com 19 casas, sendo 4 delas trazidas de um pequeno vilarejo no Vale do Aço, interior de Minas Gerais, totalmente reproduzidas por fora e por dentro decoradas em estilo rústico-chic. Essa nova história começou quando Wilbert soube, por sua rede de contatos de antiguidades, que 2 casas históricas em Minas Gerais estavam prestes a serem demolidas. Ele não somente comprou as casas, como acompanhou a distância o processo de desmontagem e catalogação meticulosa de todas suas partes para transporte de caminhão até Trancoso onde, em uma área de clareira já desmatada, as reconstruiu com adição de toques modernos às estruturas tradicionais. Telhas, vigas, pisos, batentes e portas originais são complementados por mobiliário criado por Wilbert e sua equipe utilizando madeira de paredes internas removidas, itens de decoração garimpados pelo sul da Bahia ou produzidos do zero com material reaproveitado.

Design autoral e artesãos de Trancoso no sul da Bahia

Portando, todas as casas são inteiramente restauradas ou construídas com materiais reaproveitados e por artesãos locais. O hotel ainda é complementado por piscina de quartzo aventurino, Praia Bar em barco de pesca abandonado, Vida Spa & Lab que produz alimentos e cosméticos com a rica biodiversidade local e pela fazenda orgânica UXUA Roça.

Além das casas para hospedagem, existe a Casa Verde que foi reformada a partir de uma estrutura já existente no local, transformada em uma pequena e aconchegante casa com fogão a lenha onde funciona o restaurante Mesa Maré sob o comando da chef Renata Buim que oferece menu diferente a cada dia com base em ingredientes frescos vindos do mar, fornecedores locais, da fazenda UXUA Roça ou da horta do próprio UXUA Maré.

Assim como as demais casas do hotel, cada casa do UXUA Maré foi pensada para integrar-se à flora existente no entorno, contando também com a adição de árvores frutíferas, horta de vegetais e PANCS, além de uma coleção de palmeiras raras cuidadosamente plantadas nas poucas áreas que já encontravam-se desmatadas na compra do terreno.

Toda a “desmontagem” da Casa Azul, o transporte e a “nova casa”, adaptada para o luxo e conforto dos hóspedes, porém preservada (Fotos: divulgação UXUÁ)

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A praia quase deserta preserva a vegetação frente mar original, e hóspedes contam com pérgulas exclusivas atendidas por um bar de praia esculpido a partir de um tronco de pequi encontrado caído na propriedade e decorado com peças de cerâmica de artistas locais, inteiramente construídas em palafitas para não interferir na fauna e flora do entorno.

Luxo consciente e identidade ainda precisam ser descobertos pelos brasileiros

Um dado que chama a atenção é que mesmo o brasileiro buscando cada vez mais o turismo de luxo mundo afora, a maior parte dos hóspedes do UXUA ainda são os estrangeiros, que responsáveis por 60% da ocupação, enquanto os brasileiros representam 40%. Diárias altas não são empecilhos para o público que consome luxo, mas a falta de valorização da própria história acaba sendo um limitador de viajamos com conforto e cultura agregada em nosso próprio país.

Todo esse movimento que o UXUA levou para Trancoso já é reconhecido internacionalmente. Sendo o primeiro hotel brasileiro a ser signatário do Pacto Global da ONU, o UXUA foi reconhecido em 2021 pelos leitores da revista Condé Nast Traveler como o melhor resort do mundo e, em 2024, pela sexta vez consecutiva, como o melhor na América do Sul. O novo projeto, UXUA Maré, também já nasce aclamado pela revista TIME em sua lista de 100 melhores lugares do Mundo em 2025.

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Uai Turismo
Isabella Ricci - Uai Turismo
postado em 02/09/2025 10:05
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