
Sabemos que o Turismo, como atividade econômica, apresenta uma performance bastante democrática, diversa, acolhedora e próspera. No entanto, sabemos também, que todos aqueles que pretendem prosperar empreendendo na atividade turística, necessitam de se dedicar incansavelmente, precisam entender o funcionamento do setor turístico de negócios e principalmente o funcionamento eficiente das políticas públicas, para o qual o “remédio” principal é a participação e engajamento e este “remédio”, quem dá é a iniciativa privada, a cadeia de serviços e a sociedade civil organizada.
No Brasil, o que temos é a Política Nacional de Regionalização do Turismo, por meio do Programa de Regionalização, implantado e gerido pelo Ministério do Turismo, que propõe a promoção do desenvolvimento turístico descentralizado e naturalmente, bem estruturado.
Para isso, a integração, a união de estados, regiões e municípios em torno dos procedimentos de gestão e de promoção do setor, se torna fundamental.
Pensar nessa descentralização, sugere também o fortalecimento das regiões turísticas, a estruturação de novos destinos, mais empregos, mais renda, uma gama de oferta turística mais qualificada, arregimentando as iniciativas governamentais e privadas para uma atividade econômica consistente, sustentável e inclusiva.
Regionalização do turismo foi tema no Salão Nacional do Turismo
Recentemente tivemos no Brasil, mais uma edição do Salão Nacional do Turismo, realizado em São Paulo e por lá a regionalização do turismo foi discutida nacionalmente com apresentação de cases de sucesso, dos avanços obtidos no setor, e a quantas anda e para onde se pretende levar a governança descentralizada.
Não tem jeito, a expectativa é o desenvolvimento integrado dos destinos e a gestão estratégica dos municípios turísticos, contribuindo a seu modo e condição, com o desenvolvimento fortalecido das regiões turísticas.
E a exemplo do Salão Nacional, a boa maioria das ações que potencializem o ambiente para discussão dos processos de desenvolvimento econômico nos estados e nas cidades brasileiras, o turismo está lá, como ponto positivo e como uma alternativa de desenvolvimento e de fomento econômico e o melhor é que, na boa maioria destes eventos setoriais, quando a temática é o turismo, o foco é jogado nas discussões sobre as formas de acelerar a troca de experiências e no fortalecimento da governança em rede.
No Salão de Turismo em sua versão 2025, a secretária-executiva do Ministério do Turismo, Ana Carla Lopes, ressaltou, que o modelo de governança descentralizada é fundamental para o fortalecimento do setor e concordamos com ela, que disse “É nesse modelo que o Ministério do Turismo acredita. Quando um representante sobe aqui em nome da sua Instancia de Governança Regional, ele não fala apenas por si, mas por gestores, empresários e sociedade civil. Governos e gestores podem mudar, mas a regionalização está consolidada e veio para ficar”.
E é isto, o turismo, como atividade econômica e com resultados positivos tangíveis, só vingará se acontecer de maneira integrada e permitindo que os novos destinos se desenvolvam e se promovam de forma sustentável e obedecendo todos os processos de organização dos produtos e serviços.
LEIA TAMBÉM: O Brasil em cinco tons, um mosaico cultural em forma de país
E fiz todo esse introito, para dizer que em Minas Gerais, os municípios de Itabirito, Rio Acima, Ouro Preto e Santa Bárbara, todos vinculados à política pública, por meio da governança regional Associação do Circuito do Ouro, estão unidos não apenas pela geografia, mas por uma rede viva de empreendedorismo, cultura e natureza, em forma de rota turística.
A Rota Turística Jaguara, que é uma iniciativa coletiva e sustentável e que vem se destacando como um dos grandes polos emergentes do turismo em Minas Gerais.
A identidade local valorizada
A Rota Turística Jaguara é uma experiência sensorial que combina história, cultura, sabores e paisagens naturais e está vinculada a dois roteiros importantes da Região do Circuito do Ouro, que são o “Entre Trilhas, Sabores e Aromas” e o “Entre Cenários da História”.
A Rota Turística Jaguara é muito bem localizada, próxima a capital mineira e incorpora o distrito de Acuruí em Itabirito, Água Limpa em Rio Acima, Maracujá em Ouro Preto e Conceição do Rio Acima e Galego em Santa Bárbara. Todos os locais, são distritos e vilas, onde equipamentos de qualidade e uma boa rede de serviços estão presentes.
Além do aproveitamento dos recursos naturais e das riquezas gastronômicas, a grande proposta é a valorização do turismo de base comunitária, articulando desenvolvimento econômico local, manutenção das tradições culturais e a permanência da sustentabilidade ambiental.
Uma rede de negócios eficientes, em funcionamento e à disposição dos usuários, que já circulam por lá em grande escala. O território concentra uma terra de sabores e celebrações, oferecendo roteiros variados e para todo tipo de público.
Na Rota Jaguara, não faltam motivos para querermos estar por lá. O calendário de eventos é vasto, tanto nos distritos como na sede dos municípios, com feiras de produtores, festivais com o melhor da gastronomia regional, pousadas acolhedoras, que oferecem uma visita cheia de autenticidade.
Toda esta movimentação incentiva a geração de trabalho local e por consequência, a economia regional.
Belezas naturais preservadas e diversificadas
A Rota Jaguara possui cenários realmente bonitos e ecossistemas bem conservados, que valorizam todo o traçado das trilhas, localizadas no Quadrilátero Ferrífero, uma região que abriga paisagens rupestres, serras, matas de transição (entre Mata Atlântica e Cerrado) e uma vasta rede hídrica, com rios, cachoeiras e nascentes, que percorrem os municípios envolvidos.
Todo esse patrimônio ambiental ganha reforço estratégico com a presença do Parque Nacional da Serra do Gandarela, vital não só para o turismo, mas um laboratório vivo para estudos da geografia, especialmente
Cultura que reverbera e inspira
Apesar de ser uma região amplamente abastecida com atividades culturais das mais variadas, a Rota Jaguara transforma o cotidiano de moradores em patrimônio cultural.
Nos últimos 15 meses pude contribuir, atuando na produção da realização do livro/documentário “Histórias, Memórias e Mistérios da Rota Turística Jaguara”, com textos de Victor Stutz e imagens de Ane Souz e que teve seu lançamento em junho de 2025, no Festival Internacional de Turismo e Cultura de Ouro Preto em uma versão em áudio, que consolida a valorização da história e dos atores que dão vida à Rota Jaguara.
São ações e investimentos desta natureza, que contribuem com a economia e o desenvolvimento social da região.
A Rota Turística Jaguara tem uma conexão histórica e estratégica com a região turística do Circuito do Ouro. Formalmente inserida nesta região turística e totalmente abraçada pela história e pela geografia da Estrada Real, a Rota Jaguara integra uma rede turística consolidada em Minas Gerais.
O percurso entre Ouro Preto e Itabirito, especialmente pelo Caminho de Sabarabuçu, é especialmente simbólico e repleto de história, com cerca de 24 km que entrelaçam natureza e cultura.
A geração de trabalho e renda com propósito, é hoje uma certeza junto ao empresariado que investe em negócios dos mais diversos nos municípios da Rota Jaguara. O grande ativo é a ação conjunta e consciente de produtores, guias, chefes, artesãos, agentes ambientais e gestores culturais, todos articulados em uma cadeia produtiva sustentável.
Enfrentam dificuldades e percalços, claro, mas essa sinergia fomenta negócios locais, traz qualificação profissional e faz girar a economia, sem perder o ritmo da preservação.
A Rota Turística Jaguara é um modelo de turismo integrado, sustentável e comunitário, que celebra os recursos naturais e culturais da região enquanto impulsiona o desenvolvimento socioeconômico.
LEIA TAMBÉM: Histórias, memórias e mistérios da Rota Turística Jaguara
Em seus cenários de rios e serras, em seus sabores e narrativas, ela oferece muito ao visitante não apenas o lazer, mas uma imersão genuína e muito singela na alma de Minas e é por isso, que focalizar esta iniciativa neste momento é tão importante!
Para quem não sabe, o quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, é onde está a movimentação dos negócios em torno da mineração, que garante uma boa parcela das receitas dos municípios, mas historicamente, nós que vivemos por aqui, sabemos da necessidade de buscarmos alternativas de desenvolvimento econômico, que potencialize a cultura e a natureza tão pujante na região, para que tenhamos oportunidades de diversificação para as frentes de trabalho, que preservem nosso modo de vida e que promova a sustentabilidade de fato!
A Rota Turística Jaguara é um destino turístico, um movimento, um exemplo vivo de como a união entre comunidades, empreendedores, empresas da região e políticas públicas pode transformar territórios em experiências memoráveis e sustentáveis.
Todo o processo de estruturação da Rota Turística Jaguara foi financiado pela Ferro Puro Mineração, empresa que atua na região e tem um olhar sensível para ações sustentáveis e promove o fortalecimento de vínculos com as comunidades de entorno, por meio de um diálogo constante e sincero, o que foi determinante para a celeridade de todos os movimentos de estruturação do novo destino.
Ao valorizar a região, com autenticidade e propósito, Minas Gerais assegura o seu protagonismo no turismo nacional.
Que a Rota Jaguara continue inspirando caminhos, conectando pessoas e fortalecendo a identidade de um povo, com suas principais características, acolhimento, preservação e prosperidade.
Até a próxima.
Siga o @portaluaiturismo no Instagram e no TikTok @uai.turismo