
Durante os dias 03 e 05 de dezembro Belo Horizonte se torna a capital do afroturismo no Brasil com o Congresso Brasileiro de Afroturismo (CBAfro). A primeira edição do evento reúne referências nacionais e internacionais do afroturismo, representantes do empreendedorismo negro e da cultura afro-brasileira para discutir a ascensão e fortalecimento do segmento no país.
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Com o tema “Territórios, Memória e Futuro”, o CBAfro 2025 propôs uma imersão de três dias com debates, oficinas, experiências culturais e visitas guiadas. A programação busca consolidar o afroturismo como estratégia de desenvolvimento sustentável e valorização das comunidades negras que movem a economia criativa e o turismo no Brasil. O CBAfro também chancela o nascimento da Associação Brasileira de Afroturismo (Abrafro).
O CBAfro marca mais um passo histórico na consolidação do afroturismo como política pública e eixo estruturante da economia da cultura. Com uma programação diversa e com convidados que atuam ativamente em prol de mostrar a potência negra, o evento debate a necessidade de aprender a enxergar a história preta dos lugares e utilizar o turismo como forma de preservação e valorização dessa cultura, mostrando enfim a força da ancestralidade e gerando espaços de pertencimento para a população preta.
O evento afirma o afroturismo como segmento em crescimento, mostrando que o turista está buscando experiências mais autênticas e que contem a história da localidade, indo além do óbvio, buscando ouvir a versão de quem por muito tempo não teve local de fala. Com experiências e roteiros especializados, o afroturismo se torna uma ferramenta poderosa para a história negra, pois não apenas conta sobre o passado, mas auxilia a transformar o futuro de quem é afetado direta ou indiretamente pela prática turística. Ajudando assim, ao mesmo tempo, a manter tradições vivas e melhorar a renda de diversas famílias.
Dessa forma, eventos como o CBAfro ajudam a fomentar essas discussões, provando a necessidade do investimento em políticas públicas que auxiliem no desenvolvimento sustentável do afroturismo. Além disso, o congresso se torna uma forma de capacitação e conexão de profissionais que atuam na área, ajudando a aumentar a rede de interessados em fazer o segmento acontecer de forma organizada e justa, contando história, dando protagonismo e, principalmente, retorno às comunidades negras.
A expectativa é que passem pelo congresso cerca de 350 participantes, número quase alcançado ainda no primeiro dia (03), quando 200 pessoas participaram das atividades oferecidas no evento. “A gente tá muito feliz com esse resultado. Ouvimos no corredor as pessoas comentando positivamente, do quanto o evento está bonito, do quanto as discussões são importantes.” comenta Guilherme Soares, co-organizador do CBAfro e fundador do Guia Negro.
Ocorrendo pela primeira vez em Belo Horizonte, o CBAfro, que é uma realização do Guia Negro e Sensações Turismo, com o patrocínio da Belotur e Fecomercio MG, Sesc Minas, Senac Minas, e o apoio do Sebrae-MG, IEPHA/MG, nasceu com a vontade de ser itinerante, para levar o debate sobre afroturismo a capitais de outras regiões do país.
É possível conferir toda a programação no Instagram e no site oficial do CBAfro.
A história preta de Belo Horizonte
A escolha de Belo Horizonte como palco para o evento parte de uma necessidade de reconhecer a história afrocentrada da capital mineira, uma vez que é uma pauta pouco debatida, frente a outras capitais do Brasil, como Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo. Dessa forma, o CBAfro em Belo Horizonte busca regar a semente do afroturismo existente, atraindo turistas e interessados em conhecer as experiências que mantém viva a história negra, além de reconhecer o segmento Brasil a dentro.
Com essa perspectiva, o evento promove uma press trip com influencidadores e jornalistas negros, com roteiros especiais por Belo Horizonte e região metropolitana. inclui na programação a experiência turística “City Tour Belos Horizontes Negros”, que percorre locais de resistência e história da população negra na capital mineira e ainda lança o Guia de Afroturismo de Belo Horizonte, resultado de um mapeamento inédito dos principais espaços de memória e coltura afro na cidade.
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“É legal ver tanta negritude diferente em diferentes estados. Estou sentindo que estou realmente aprendendo uma coisa nova. Entendo melhor como as pessoas se comportam aqui, como a cultura africanaa é diferente, por exemplo, para a referência que se tem em Salvador, que são parecidas, mas se diferem em cada população”, afirma a Influenciadora Emile Brito.
O local escolhido na capital para receber o evento foi o Centro de Referência das Juventudes (CRJ), como forma de ocupar um espaço muitas vezes marginalizado. “Para gente é um prazer receber o CBAfro no CRJ, porque conversa muito com as juventudes que a gente quer trabalhar na nossa cidade. A gente sempre fala que políticas públicas precisam chegar para todo mundo e por isso ter esse recorte de combate anti-racista é tão importante”, afirma Laura Costa, Diretora de Políticas para Juventude de Belo Horizonte.
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